15/Sep/2023
A Comissão Europeia ficou sem apoio das instituições financeiras em sua nova lei de desmatamento, criada para ser um marco internacional sobre sustentabilidade. Os países do bloco dizem que têm enviado recursos às nações com mais dificuldades, mas que os bancos não estão acompanhando o ritmo dos "investimentos", que são uma forma de compensação por terem derrubado suas florestas para alavancar o desenvolvimento de suas economias.
A nova lei enfrentou uma forte reação negativa dos países produtores. Liderados por Brasil e Indonésia, algumas nações conseguiram emplacar na declaração da cúpula do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) um parágrafo que alertava sobre a possibilidade de discriminação com produtores. A legislação também tem impacto direto sobre as negociações de um novo acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
Às margens da cúpula do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar os países ricos sobre a promessa feita durante a COP de Copenhagen de enviarem recursos aos países mais pobres, o que, de acordo com o presidente, não tem acontecido. O mandatário também disse a representantes europeus que o momento era de uma decisão do bloco sobre a continuidade ou não do acordo, que, segundo Lula, já é desequilibrado negativamente para os países do Mercosul.
Nesta sexta-feira (15/09), negociadores europeus vêm ao Brasil para discutir em nível técnico das tratativas comerciais depois que a União Europeia entregou ao Mercosul uma carta anexa ao acordo que já foi fechado, mas que precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países envolvidos. Entre outros pontos, a lei exige que fornecedores provem que seus produtos não contribuem com a destruição da floresta, sob o risco de serem sobretaxados. Entre os itens que podem ser mais diretamente afetados estão café, óleo de palma, cacau, borracha, carne bovina e soja. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.