21/Sep/2023
No evento "Perspectivas para a Agropecuária - safra 2023/2024", a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou que a estimativa para a safra 2023/2024 é de produção de 319,5 milhões de toneladas, a segunda maior safra do País. É um número abaixo dos 322 milhões de toneladas da safra 2022/2023, mas é uma expectativa inicial. Os levantamentos são conservadores porque Brasil é afetado por muitas condições climáticas. Há um ano, a expectativa era colher 308 milhões de toneladas e o País fechou a safra 2022/2023 com 322 milhões de toneladas. Os dados incluem soja, milho, feijão, arroz e algodão que representam 90% da produção nacional de grãos. Umas das tarefas da Conab é contribuir no enfrentamento da inflação de alimentos e em medidas de apoio à produção. A Conab está empenhada em retomar políticas públicas importantes como a volta dos estoques públicos com a compra de 500 mil toneladas de milho e a reestruturação de toda capacidade estática de armazéns.
Há 27 unidades armazenadoras desativadas e será investido na recuperação das outras 64 unidades armazenadoras. A Conab quer atender a todas as propostas de agricultores familiares ofertadas no Programa de Aquisição de Alimentos. O orçamento inicial previsto para o programa é de R$ 250 milhões, enquanto a demanda foi de R$ 1,110 bilhão. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que a perspectivas de redução de 1% na produção brasileira de grãos em 2023/2024, para 319,5 milhões de toneladas, reflete o que se observa no campo. Em milho, com rentabilidade apertada, os produtores relatam que migrarão áreas para algodão ou sairão de parte das áreas. Em arroz, haverá recuperação da área plantada após perdas por problemas climáticos e transferência para soja. A margem de rentabilidade dos produtores caiu expressivamente. A queda do custo de produção não compensou a redução dos preços das commodities.
Por mais que os custos caíram, a base que eles se encontravam em 2021 era menor, visto que os preços de soja e milho caíram mais de 20% e não há expectativa de recuperação. Os produtores relatam que, em virtude da menor rentabilidade dos grãos, tendem a manter o pacote tecnológico usado nas culturas, sem incremento expressivo. O ritmo de comercialização de fertilizantes está 10% abaixo de igual período do ano anterior. O produtor está com maior retração na aquisição dos insumos para a safra. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avalia que as condições climáticas são favoráveis e podem puxar para cima a estimativa da safra 2023/2024, prevista inicialmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 319,5 milhões de toneladas (-1% ante 2022/2023). Para o ministro, é legítimo a Conab ser conservadora na largada da previsão da safra, mas a variação climática pode ser favorável. O Rio Grande do Sul deve ter um ano de estabilidade climática favorável, o que vai puxar a safra para cima de novo.
Há expectativa também de redução na área plantada com milho em 2023/2024, em virtude do achatamento dos preços do cereal. Sobre a possibilidade de ocorrência do fenômeno climático El Niño, que pode afetar a produção de determinadas regiões, o ministro afirmou que a Região Sul, prejudicada por sucessivas secas, pode ser beneficiada pela previsão de mais chuvas e que o governo está atento a eventuais efeitos do fenômeno. Segundo ele, a definição de um calendário de plantio da soja conforme a região visa combater esse problema. Em Mato Grosso, o calendário foi adiantado em 15 dias para que a 2ª safra de milho de 2024 e a de algodão entrem em uma janela ideal. O ministro relatou que há bancos pedindo remanejamento de recursos do Plano Safra 2023/2024, em virtude da elevada demanda dos produtores. O Banco do Brasil já pediu mais recursos para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.