ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

29/Sep/2023

Taxa de juros permanecerá em patamar restritivo

Sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o Banco Central destacou que o entendimento do Comitê de Política Monetária (Copom) é de que, mesmo iniciado o ciclo de afrouxamento, a taxa Selic precisa permanecer em patamar ainda contracionista para alcançar os objetivos inflacionários. Mesmo com o ajuste, o que está sendo feito é restritivo suficiente para atingir a meta. O Banco Central projeta 3,5% para o IPCA de 2024, principal horizonte da política monetária, e 3,1% para 2025, que tem peso minoritário, ambos acima do centro da meta de 3,0%. A projeção considera uma taxa Selic de 11,75% no fim de 2023 e de 9,0% no final de 2024, conforme o Boletim Focus.

O estudo realizado pelo órgão e apresentado em box de RTI sobre as variáveis que podem explicar a desancoragem de expectativas para a inflação de 2025 mostra que o principal impacto vem da inflação de 2024, devido à inércia, embora haja indicação de efeitos da persistência global da inflação e da perspectiva de déficits primários ou gastos públicos mais elevado no País. Nas suas comunicações oficiais, o Banco Central tem citado as preocupações fiscais, com a inflação global e uma possível percepção de leniência do órgão com o combate à inflação ao longo do tempo como possíveis motivos para a desancoragem de expectativas.

A inflação de 2024 tem maior impacto, mas não dá para extrair desse estudo a explicação de todos os motivos da desancoragem. Ajuda a compor discussão. O Banco Central tem trazido a hipótese de incertezas fiscais e que olha outras variáveis, como a inflação implícita, para entender o movimento. Sobre a discussão do efeito do crédito direcionado na potência da política monetária, o Banco Central repetiu que o ‘grosso’ desta modalidade não é do BNDES e que não é um programa ou outro do BNDES que vai mudar a política monetária. É o conjunto da obra que importa.

Se tiver um sistema que grande parte do crédito é direcionado, significa que movimento de juros vai incidir sobre pedaço de crédito muito pequeno, para ter mesmo efeito no todo, precisa ser mais intenso. Para o Banco central, não há ganhos em indicar com maior clareza o tamanho do ciclo de cortes da taxa Selic no momento atual, em que há grande incerteza. Isso já foi feito no passado, mas o valor esperado de passar essa informação depende do grau de certeza sobre determinado cenário. Em momento de mais incerteza, trocar o guidance gera ruídos de credibilidade. Como o momento atual é definido como de grande incerteza, inclusive com incertezas adicionais no cenário externo, não há ganho em indicar tamanho do ciclo no momento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.