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03/Oct/2023

Floresta preservada é oportunidade para empresas

As florestas mantidas em pé estão sendo vistas como um negócio rentável por empresas sediadas na América do Sul, a exemplo do que acontece com a Europa, que pressiona países de outros continentes a se desenvolver rumo a uma bioeconomia. Pesquisa da organização sem fins lucrativos CDP Latin America aponta que 53% das empresas latino-americanas identificaram oportunidades na área capazes de afetar positivamente seus negócios. Segundo o levantamento, o impacto financeiro visto pelas empresas varia entre US$ 8,82 bilhões (R$ 42 bilhões) e US$ 9,25 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões). O levantamento ouviu 147 empresas. Por volta de 25% eram de grande porte e 75% eram pequenas e médias. Florestas em pé trazem benefícios para as economias locais. O interesse das empresas na proteção de florestas cresceu depois que elas entenderam a importância de manter a biodiversidade viva e funcionando.

A pesquisa aponta a tendência de as empresas passarem a enxergar as florestas como um negócio em potencial, invertendo a visão que associava o desmatamento ao ganho financeiro. Diversos setores estão pressionando as empresas para atingir as metas do Acordo de Paris. Às vezes, não é por uma visão filantrópica, mas pela preservação dos negócios desses atores. Não seguir essas normativas coloca as empresas em risco, não só em reputação, mas em competitividade de mercado. O Acordo de Paris foi assinado em 12 de dezembro de 2015 e passou a vigorar em 4 de novembro de 2016. Cada nação tem metas diferentes, de acordo com as condições de desenvolvimento. A União Europeia (UE) e 193 outros países, como o Brasil, que emitem juntos mais de 90% dos gases de efeito estufa do mundo todo, aderiram ao tratado. Um dos principais objetivos do acordo é manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2°C, em relação à média pré-industrial. A mudança de percepção tem levado as empresas a adotarem diversas ações para, de fato, se inserirem em uma agenda sustentável e associarem a pauta a ganhos futuros, impulsionando a sua implementação efetiva.

Segundo o levantamento, 40% delas contam com incentivos monetários para os funcionários em caso do atingimento de metas, compromissos e engajamento com a cadeia de fornecimento. Além disso, o estudo demonstra como as metas públicas passaram a ser um ponto de interesse para as empresas. Cerca de 36% das empresas assumiram um compromisso público de reduzir ou cessar o desmatamento de suas operações diretas e indiretas, no último ano, com 55% das organizações adotando uma política florestal em relação ao cumprimento de metas relacionadas ao consumo e à produção sustentáveis de commodities. A principal mudança vista é que as empresas estão buscando oficializar não só suas ações de cunho sustentável e social, mas também reportando os seus dados, o que faz com que adotem medidas que associam o negócio à pauta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.