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05/Oct/2023

Banco Mundial revisa projeção para América Latina

O Banco Mundial elevou a perspectiva de crescimento para a região da América Latina e o Caribe neste ano para 2,0%, ante 1,4% anteriormente. O organismo espera que essa taxa de expansão acelere nos próximos anos, mas alerta para "ventos contrários" sob as frentes social, fiscal e no mercado de trabalho. A América Latina e o Caribe têm conseguido responder bem aos diferentes choques pós-pandemia, reforçando suas políticas macroeconômicas e o combate à inflação, o que tem sustentado a melhora das projeções para a região nos últimos seis meses. Além de melhorar sua previsão para 2023, o Banco Mundial espera que o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) acelere para 2,3% e 2,6% em 2024 e 2025.

A inflação na região melhorou e as expectativas estão bem ancoradas. A inflação regional, excluindo a Argentina e a Venezuela, é de 4,4% ante 6,4% dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e dos 8,6% do Leste da Europa. Mas, o núcleo da inflação, que exclui os voláteis preços de energia e alimentos, ainda é persistente, reforçando que há mais trabalho a ser feito. Por outro lado, o Brasil e o Chile já começaram a reduzir suas taxas de juros e isso ajudará a retomar o crescimento no futuro. O crescimento projetado para a região, contudo, é insuficiente para reduzir a pobreza e gerar empregos, enquanto limitações fiscais impedem que sejam feitos os investimentos necessários, alerta o organismo.

Sem um crescimento maior, o bem-estar das famílias diminui, o espaço fiscal limitado restringe investimentos que poderiam promover o crescimento e atender às necessidades sociais. Ambos contribuem para minar o consenso social necessário para implementar reformas em qualquer esfera. As perspectivas de crescimento “anêmico” na região da América Latina e Caribe não são apenas danos colaterais da pandemia e refletem questões estruturais antigas. Além disso, o cenário macroeconômico global tende a continuar desfavorável. As elevadas taxas de juro globais agravam o aumento da dívida contraída durante a crise e os governos enfrentam dificuldades com o espaço fiscal.

O Banco Mundial estima a relação dívida/PIB da América Latina e Caribe em 64%, patamar que é inferior aos 67% do ano anterior. O nível está, porém, acima dos 57% registrados em 2019 e as altas taxas de juros aumentaram o ônus do serviço da dívida, alerta o organismo. A região continuará enfrentando três desafios que se reforçam mutuamente: o baixo crescimento, a limitação do espaço fiscal e a insatisfação dos cidadãos. Um caminho para enfrentar essas restrições, diz, é ampliar a conectividade digital. Há amplo acesso à internet móvel na América Latina, mas há uma lacuna de cobertura, com áreas sem rede de banda larga e que atingem 7% da população, o que representa um público de 45 milhões de pessoas.

Já a internet fixa está presente em 74% dos domicílios urbanos, mas em apenas 42% dos domicílios rurais. O potencial de se conectar a região para o crescimento e a inclusão ainda não é plenamente explorado. Apesar disso, a conectividade digital não é uma "bala de prata" para o crescimento e pode exacerbar as desigualdades sociais existentes na ausência de investimentos necessários. Cálculos do Banco Mundial apontam que o uso de redes e ferramentas digitais pode ajudar a reduzir a grande parcela do PIB (até 4%) perdida pela ineficiência nos gastos públicos e pelo desperdício de recursos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.