06/Oct/2023

Entidades do setor produtivo e a bancada do agronegócio no Congresso estão em busca de uma relação mais próxima e profícua com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A ideia é criar uma ponte direta com o ministro para tratar a pauta econômica do setor. Um caminho semelhante vem sendo traçado com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Em paralelo, os mesmos assuntos são levados também ao Ministério da Agricultura. O próprio Haddad convida o setor para reuniões, discute acordos e se abre para escutar e negociar a pauta. As fontes envolvidas nas tratativas se dividem na avaliação do movimento.

Algumas lideranças do setor afirmam que é apenas uma reacomodação nas articulações considerando que o governo atual tem maior número de ministérios e atribuições mais distribuídas. Já alguns parlamentares afirmam que Haddad tem sido mais atuante e aberto ao diálogo em temas que envolvem o Tesouro que o próprio ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Tem questões que é mais fácil e eficiente falar diretamente com o ministro da Fazenda. Em alguns temas, a percepção é de inação do Ministério da Agricultura e, por isso, essa “ponte” direta com Haddad. Um dos temas articulados diretamente com o ministro da Fazenda, e um dos mais caros ao setor, é a suplementação do orçamento do programa de subvenção ao seguro rural (PSR).

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já levou o pedido ao ministro em dois encontros: um no início de agosto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e outro, na quarta-feira (04), com a diretoria da FPA. A bancada pede R$ 1,5 bilhão extra para o orçamento do PSR ainda este ano. Fernando Haddad nos disse que até o momento não havia recebido essa demanda por parte do Ministério da Agricultura. Ele precisa receber o pedido oficial. Há algum ruído interno ou o tema não é prioridade da Agricultura. Lideranças do setor acreditam que a interlocução direta com Haddad poderá facilitar o remanejamento de recursos do Tesouro.

Para o setor, o seguro rural não é visto como prioridade no Ministério da Agricultura, mas é uma preocupação muito grande porque a verba já esgotou e ainda tem a safra pela frente. A estratégia é tratar o assunto agora com Haddad e buscar com ele a fonte para isso. A FPA firmou acordo com Haddad para aprovação de vetos e projeto de lei no Congresso com a promessa de recomposição do orçamento do PSR. Outros assuntos citados, que devem ser também endereçados em agendas diretas com Fernando Haddad, são o aumento da mistura do biodiesel no diesel, sobre o qual o setor vê resistência da Fazenda, e a reestruturação de dívidas da pecuária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.