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10/Oct/2023

Piora no Oriente Médio e o fluxo para emergentes

O ataque do Hamas em Israel no sábado (07/10) surpreendeu o mundo, mas causou impacto modesto até agora no mercado financeiro global em meio às incertezas sobre os desdobramentos do conflito. Caso a situação piore, analistas veem chance de impacto nos fluxos internacionais de capital, que buscariam refúgio no dólar e em títulos do Tesouro norte-americano, dando força extra a um movimento que já vem acontecendo nas últimas semanas e que tem provocado fuga de capital dos mercados emergentes e afetado suas moedas. Segundo a Council on Foreign Relations (CFR), uma entidade de Nova York criada para discutir e analisar temas internacionais, o momento atual é apenas o primeiro estágio de uma trágica crise, de desdobramentos ainda nebulosos. É possível que o conflito se espalhe, perdure por algum tempo e resulte em perdas significativas de vidas. Por ora, a incerteza sobre os desdobramentos e os efeitos no Oriente Médio e na economia mundial é muito alta.

Uma das certezas é que a situação vai se escalar, inclusive com o risco de entrada do Irã no conflito. Os Estados Unidos têm o interesse em acalmar as coisas tão rápido quanto possível. Mas, esse não é o interesse de Israel no momento. A prioridade do governo de Joe Biden foi tentar acalmar a situação no Oriente Médio, mas isso não vai acontecer. Por isso, o ambiente de incerteza sobre os impactos do aumento da tensão na região deve se prolongar. Até o momento, os efeitos no mercado financeiro mundial foram relativamente modestos, com exceção do impacto em algumas commodities, como o petróleo, mas os especialistas não descartam implicações maiores. Não há indicações de que o Irã esteja realmente interessado na desescalada do conflito. O país já vinha nas últimas semanas usando uma retórica anti-Israel nas redes sociais e não tem interesse de que as coisas se acalmem. A piora da guerra pode desencadear uma busca forte por ativos livres de risco, como os títulos do Tesouro norte-americano, o que levaria os títulos dos juros longos dos Estados Unidos, que já atingiram o maior nível em 16 anos, a subirem mais.

A alta das taxas, que já tem retirado recursos dos mercados emergentes nas últimas semanas, tem potencial para provocar ainda mais fuga de capital caso haja uma escalada na tensão no Oriente Médio. Segundo a gestora Navellier & Associates, que tem US$ 1 bilhão em ativos, um dos riscos é que o conflito vire uma guerra regional. Os riscos globais claramente se elevaram. A situação geopolítica vem se deteriorando na economia mundial nos últimos meses e o conflito desencadeado no fim de semana vem adicionar um novo elemento a esses problemas. Nesse ambiente, os Estados Unidos vão permanecer como o ‘porto seguro’ mundial e a maior economia do mundo deve seguir atraindo capital internacional em detrimento de outras regiões, como China, demais emergentes e Europa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.