16/Oct/2023
Há algumas semanas o Brasil já sente os impactos do El Niño. As intensas chuvas no Sul do Brasil e a seca em áreas do Norte e Nordeste do país são características clássicas do fenômeno que de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) pode persistir até março de 2024. Dado o crescente aquecimento oceânico que está ocorrendo atualmente, acredita-se amplamente que 2024 poderá ser o ano global mais quente já registrado, possivelmente ainda mais quente do que o que já vimos em 2023. Os dados foram atualizando pelo NOAA na quinta-feira (12/10). Além da extensão do fenômeno até o primeiro trimestre do ano que vem, os dados indicaram entre 75% e 85% do El Niño atingir forte intensidade.
O El Niño deve continuar ativo durante a primavera do Hemisfério Norte, com uma probabilidade de 80% durante março-maio de 2024. Os dados coletados nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já mostram os efeitos do El Niño no Brasil. Depois de um setembro com chuvas acima da média no Sul e redução dos volumes nas áreas do Norte e do Nordeste, os produtores continuam sofrendo com as condições climáticas. No Sul do Brasil, só nos últimos dez dias o Inmet registrou acumulados acima de 200 mm em áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O excesso de água, inclusive, trouxe muitos problemas não só na área rural, mas também na infraestrutura dos estados. Mais recentemente Santa Catarina foi o mais afetado pelas recentes chuvas. Já no Norte e Nordeste os volumes estão baixos.
Dos 62 municípios amazonenses, 35 cidades estão em situação de alerta, duas em atenção e duas em normalidade. A perspectiva é que situação se agrave em outubro, quando a seca deve ser mais intensa. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), além de El Niño, que aumenta a temperatura das águas superficiais do oceano na região do Pacífico Equatorial, o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, logo acima da linha do Equador, inibe a formação de nuvens, reduzindo o volume de chuvas na Amazônia. Já nas regiões Sudeste e Centro-Oeste o produtor continua aguardando pela retomada efetiva das chuvas. Em algumas áreas a chuva já começou a chegar, mas ainda com volumes baixos e com muita irregularidade. Segundo o Inmet, pelo menos até o final de outubro a tendência é da permanência da irregularidade nas chuvas. Fonte: NA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.