17/Oct/2023
Às vésperas da realização do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) no Brasil, a falta de qualificação de profissionais é uma preocupação do governo e de potenciais fornecedores. A maior inquietação é com o conhecimento do inglês, língua oficial do G20, já que a percepção é a de que entre os que trabalham com serviços de eventos e apoio aos visitantes são poucos os que dominam o idioma. Este sentimento de aflição também ocorreu inicialmente durante a realização da Copa do Mundo de Futebol na Olimpíada do Rio de Janeiro, mas houve a ponderação que esses eventos eram mais informais e atraíam estrangeiros com características mais de "turista", que não exigem tanto uma comunicação perfeita. A partir de dezembro, começam a desembarcar ministros, líderes de governo e autoridades em geral no Brasil para o G20 e as relações tendem a ser muito mais protocolares.
A contratação de profissionais bilíngues por fornecedores que queiram trabalhar para o evento está expressa em contratos de licitação divulgados no início do mês pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços (MGI). Uma reunião pequena do G20 terá 20 delegações (pode chegar a 40), e apenas uma delas será brasileira. Em encontros com cerca de 200 participantes, apenas cerca de 20 falarão português. Todo o restante, inglês, destacou p MGI. Por isso, forma formuladas algumas exigências para o pessoal de apoio, em especial o pessoal-chave, que precisará ser bilíngue e ter experiência. Alguns fornecedores que se interessaram em participar do evento admitiram que se tratará de algo "sem precedentes" em suas atividades. Mesmo os que já estão acostumados a prestar serviços à Presidência e ao Ministério das Relações Exteriores, que têm mais costume de realizar celebrações mais formais e refinadas, comentaram que, no caso do G20, será um "teste máximo" de qualidade. Segundo a GTQ Eventos, é um evento sem precedentes. Nenhuma empresa nunca fez.
Há temores que a licitação seja vencida por quem apresentar o menor preço, pois há "muitos aventureiros" no mercado de realização de eventos. Uma questão que chama muita atenção é a da exigência do inglês. Infelizmente no Brasil não há quantitativo de equipe bilíngue para uma proporção destas. O Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos), ressaltou que é preciso, no caso de almoços e jantares de líderes e ministros, que o governo especifique, por exemplo, se pretende oferecer um serviço à francesa ou à inglesa, que contam com métodos diferentes de distribuição dos convidados e rituais diferentes de servi-los. Existe um acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União) que trata desse tipo de refeição para chefes de Estado. O simples fato de se servir errado, oferecer uma refeição Halal para quem não a quer ou vice-versa pode causar um incidente diplomático. Até mesmo a colocação de uma bandeira num lugar errado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.