19/Oct/2023

Segundo o Bradesco, a produção agropecuária brasileira deve ter um recuo em 2024. Após forte expansão de 14,1% em 2023, a previsão é de uma alta de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no próximo ano. A análise leva em conta fatores como uma alta de 1,5% da produção agrícola e pecuária e os efeitos do fenômeno climático El Niño, com seca nas Regiões Norte e Nordeste e chuvas na Região Sul, além do aumento da temperatura em todo o Brasil.

O banco também repercutiu o 1º levantamento de grãos da safra 2023/2024 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que trouxe uma queda de 1,5% na produção, baixa menor do que o Bradesco previa. Com a estimativa da Conab, a previsão para o PIB agro da instituição financeira passaria para 2,5%. Porém, a abertura dos números ameniza as perdas, uma vez que o incremento da produção de soja, principal produto agrícola, alivia as estimativas para PIB da agropecuária e principalmente para as exportações, levando em conta o crescimento previsto de 4,8% para a oleaginosa. Como resultado dos fatores climáticos, a produção de grãos deverá crescer na Região Sul e em menor intensidade na Região Norte, enquanto as demais regiões apresentarão queda de safra.

Em contrapartida, caso ocorra um super El Niño, como o de 2015/2016, a produção de grãos pode ter uma queda mais brusca, com queda de cerca de 10%, o que acarretaria um PIB agropecuário negativo e queda no volume exportado de grãos. Os modelos sugerem um El Niño de intensidade forte, no limiar do 'super forte', ou seja, com temperaturas do Oceano Pacífico superando dois graus da normalidade. Isso significa que o risco de um super El Niño segue presente, ainda que não seja majoritário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.