24/Oct/2023
Segundo os exportadores de grãos, a seca na região amazônica ainda não afeta as exportações pelo Arco Norte. Embarcações que trafegam nos rios têm sido carregadas com volumes menores, a depender dos níveis de água no local. Além disso, um escoamento maior de produtos para os portos das Regiões Sul e Sudeste tem sido observado. De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as previsões de exportação de soja permanecem as mesmas e as de milho aumentaram para este ano. Porém, há preocupação com um possível agravamento da logística na Região Norte. O Brasil deve exportar de 53 milhões a 55 milhões de toneladas de milho e 99 milhões de toneladas de soja em 2023. As empresas mais cautelosas podem, eventualmente, redirecionar os navios que esperam os embarques nos portos, mas não há qualquer informação sobre isso.
Na avaliação da regularidade das exportações, a Anec considera o intervalo entre os line-ups dos portos e as informações das tradings sobre o comércio. Se o intervalo entre uma informação e outra começar a se alargar muito, poderá estar acontecendo algo. Até agora, os intervalos continuam regulares. O diretor Movimento Pró-Logística confirma que já há desvios para a Região Sul de cargas que seriam direcionadas aos portos do Norte. Isso tem ocorrido por via rodoviária, para os Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Grãos que eram destinados à BR-163 estão sendo direcionados direto de caminhão para o Porto de Santos. No momento em que começar a chover em Mato Grosso, o Rio Tapajós (ligação para os portos) começará a receber água. Hoje, as barcaças que transportam grãos pelos Rios Madeira e Tapajós estão circulando com metade da carga em função da diminuição da profundidade desses cursos d'água, o que aumenta o custo do frete.
Há quatro anos, uma obra de dragagem em trechos assoreados do Rio Madeira aprofundou a calha do canal. Hoje, nos trechos dragados, não há problema de transporte, mas em outros trechos, sim. A dragagem tem que ser realizada em outros trechos do próprio Madeira e em outros rios; é fundamental que isso venha a acontecer. A solução seria um trabalho coordenado. As consequências sobre o transporte de mercadorias, até aqui maiores no tocante à entrega de produtos industrializados, podem chamar a atenção sobre a necessidade de reformas na infraestrutura da região para o escoamento da produção agrícola. No momento em que começar a faltar geladeiras, máquinas de lavar e fogões oriundos da Zona Franca de Manaus haverá uma necessidade de se tomar uma providência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.