ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Nov/2023

Desemprego recua e as vagas têm mais qualidade

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira (31/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,7% no trimestre encerrado em setembro. Em igual período de 2022, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,7%. No trimestre encerrado em agosto de 2023, a taxa de desocupação estava em 7,8%. A taxa de desocupação caiu de 8,0% no trimestre terminado em junho para 7,7% no trimestre encerrado em setembro, menor resultado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. A taxa de desemprego foi a menor para trimestres até setembro desde 2014, quando ficou em 6,9%. No trimestre terminado em setembro de 2022, a taxa estava em 8,7%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.982,00 no trimestre encerrado em setembro. O resultado representa alta de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 292,952 bilhões no trimestre até setembro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior. O Brasil registrou 3,504 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em setembro. A população desalentada desceu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em setembro de 2016, quando somava 3,481 milhões de pessoas. O resultado significa 168 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em junho, um recuo de 4,6%. Em um ano, 755 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 17,7%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,3% no trimestre até setembro, ante 5,2% no trimestre até junho. Em todo o Brasil, há 5,325 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até junho para o trimestre até setembro, houve um aumento de 193 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 868 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. No trimestre terminado em setembro, faltou trabalho para 20,150 milhões de pessoas no País. A população subutilizada desceu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2016, quando somava 19,983 milhões de pessoas. A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 17,8% no trimestre até junho de 2023 para 17,6% no trimestre até setembro. O resultado significa a menor taxa desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando ficou em 17,4%.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até setembro de 2022, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 20,1%. A população subutilizada caiu 1,0% ante o trimestre até junho, 201 mil pessoas a menos. Em relação ao trimestre até setembro de 2022, houve um recuo de 14,0%, menos 3,276 milhões de pessoas. O País registrou uma geração de 929 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até setembro em relação ao trimestre encerrado em junho, um aumento de 0,9% na ocupação. A população ocupada alcançou um recorde de 99,838 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro. Em um ano, mais 569 mil pessoas encontraram uma ocupação. A população desocupada recuou em 331 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,316 milhões de desempregados no trimestre até setembro.

Em um ano, 1,144 milhão de pessoas deixaram o desemprego. A população desempregada desceu ao menor patamar desde o trimestre até maio de 2015, quando estava em 8,3 milhões de pessoas. A população inativa somou 66,829 milhões de pessoas no trimestre encerrado em setembro, 222 mil a menos que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 2,100 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 57,1% no trimestre até setembro, ante 56,6% no trimestre até junho. No trimestre terminado em setembro de 2022, o nível da ocupação era de 57,2%. Sete das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em setembro. Na passagem do trimestre terminado em junho para o trimestre encerrado em setembro, houve demissões apenas na indústria, 66 mil vagas a menos; serviços domésticos, -25 mil; e outros serviços, -41 mil.

Houve geração de postos de trabalho em alojamento e alimentação (36 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (420 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (207 mil), construção (99 mil), comércio (134 mil), agricultura (48 mil) e transporte e armazenagem (123 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura, que demitiu 334 mil trabalhadores, a construção, que dispensou 175 mil pessoas, o comércio (-290 mil vagas), a indústria (-51 mil), outros serviços (-246 mil) e serviços domésticos (-78 mil). Os demais setores contrataram: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (685 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (208 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (617 mil) e transporte (226 mil). O País registrou uma taxa de informalidade de 39,1% no mercado de trabalho no trimestre até setembro de 2023. Havia 38,033 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período.

Em um trimestre, mais 299 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 929 mil novos postos de trabalho. A expansão da ocupação neste trimestre foi puxada, principalmente, pela parte formal da ocupação, não pela informal. Não que a informalidade tenha caído, existem 300 mil pessoas a mais na informalidade. Mas, a expansão da ocupação formal foi muito maior que a expansão da ocupação informal. O contingente de informais é extremamente significativo. Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 153 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 21 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada, de 180 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ e de 7 mil empregadores sem CNPJ. Houve redução de 63 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar. A população ocupada atuando na informalidade cresceu 0,8% em um trimestre.

Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais recuou em 112 mil pessoas, queda de 0,3%. Os dados mostram que a expansão da ocupação em um ano foi majoritariamente via carteira assinada no setor privado. Enquanto a população ocupada cresceu em 569 mil pessoas no total do mercado de trabalho, a abertura de postos com carteira assinada no setor privado somou 1,096 milhão de novas vagas, quase o dobro. Ou seja, a carteira assinada no setor privado absorveu trabalhadores de modalidades que registraram encolhimento no número de ocupados. A carteira no setor privado, sozinha, expandiu mais que a população ocupada como um todo. É a carteira no setor privado que puxa a ocupação no trimestre, mas, principalmente, no ano. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 14,010 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 292,952 bilhões, uma alta de 5,0% no trimestre encerrado em setembro de 2023 ante o trimestre terminado em setembro de 2022.

Na comparação com o trimestre terminado em junho, a massa de renda real subiu 2,7% no trimestre terminado em setembro, R$ 7,710 bilhões a mais. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,7% na comparação com o trimestre até junho, R$ 49,00 a mais, para R$ 2.982,00. Em relação ao trimestre encerrado em setembro de 2022, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,2%, R$ 120,00 a mais. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,1% no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho. Na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2022, houve elevação de 9,0% na renda média nominal. O avanço na renda é ajudado pela abertura de vagas com carteira assinada no setor privado. Tem a ver com a composição da população ocupada, uma referência ao aumento nas vagas formais, que costuma pagar maiores rendimentos do que as ocupações informais.

A melhora no mercado de trabalho tem influência tanto da sazonalidade favorável quanto da atividade econômica aquecida, sobretudo em setores de serviços. O avanço da renda e abertura de novas oportunidades na formalidade sinalizam ainda um emprego de mais qualidade. A taxa de desocupação caiu de 8,0% no segundo trimestre para 7,7% no terceiro trimestre, menor resultado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. Se considerados apenas trimestres encerrados em setembro, a taxa de desemprego é a mais baixa desde 2014, quando ficou em 6,9%. A queda da taxa de desocupação foi principalmente impulsionada pela expansão da ocupação. Há mais pessoas na força de trabalho enquadradas como ocupados. Em apenas um trimestre, mais 929 mil pessoas passaram a trabalhar, totalizando um recorde de 99,838 milhões de trabalhadores ocupados no País. Ao mesmo tempo, 331 mil brasileiros deixaram o desemprego.

A população desempregada desceu a 8,316 milhões, menor patamar desde maio de 2015. O total de inativos também diminuiu no trimestre, menos 222 mil pessoas nessa condição, totalizando 66,829 milhões fora da força de trabalho. A atividade econômica aquecida influencia a geração de vagas em alguns grupamentos, como os mais ligados à prestação de serviços. Todo esse processo de manutenção da expansão da população ocupada, embora já tenha crescido muito no ano passado, e tem essa base de comparação desafiadora, a manutenção da expansão da ocupação vem sendo feita através do setor de serviços. As atividades de serviços observam um crescimento mais consistente. Entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, houve geração de postos de trabalho em alojamento e alimentação (36 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (420 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (207 mil), construção (99 mil), comércio (134 mil), agricultura (48 mil) e transporte e armazenagem (123 mil).

Cada vez mais as pessoas se inserem na ocupação através dos serviços, muitas delas através de carteira de trabalho assinada. Há uma expansão da ocupação muito focalizada dentro de serviços, e o fato interessante dessa ocupação é a permanência da carteira assinada. É um movimento muito positivo nesse sentido. Nas demais três atividades, houve demissões, mas as variações não foram consideradas estatisticamente significativas, porque ficaram dentro da margem de erro da pesquisa: indústria (-66 mil vagas), serviços domésticos (-25 mil) e outros serviços (-41 mil). As atividades econômicas não dispensaram trabalhadores. Nenhuma atividade teve queda significativa. As pessoas (trabalhadores) estão sendo retidas nas suas atividades econômicas. O crescimento da ocupação está sendo acompanhado também pelo crescimento do rendimento e pelo crescimento do trabalho com carteira assinada, indicadores que apontam um pouco mais de aspecto de qualidade do emprego.

A renda do trabalho é parte significativa do rendimento das famílias. Assim, cria-se uma espécie de ciclo virtuoso: mais pessoas trabalhando, o rendimento pode crescer, o que pode impulsionar consumo e proporcionar maior possibilidade de oferta de bens e serviços. A taxa de desemprego recuou de forma estatisticamente significativa por dois trimestres consecutivos, obedecendo a uma tendência sazonal de geração de vagas ao longo do ano, após a dispensa de trabalhadores temporários no primeiro trimestre. No entanto, os resultados de 2023 são melhores do que os registrados no mesmo período de 2022. O terceiro trimestre de 2023 apresenta taxa de desocupação menor que o terceiro trimestre de 2022 (8,7%). Há menos pessoas desocupadas do que havia um ano atrás. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.