07/Nov/2023
De acordo com levantamento realizado pela empresa de logística CHEP, o brasileiro é mais otimista com a economia circular do que o restante da América Latina. A pesquisa aponta que 35% da população brasileira vê progresso nesse tema, ante 22% da média dos países vizinhos. A economia circular é um conceito que associa o desenvolvimento econômico de um país ao melhor uso de seus recursos naturais por meio de mudanças nos processos de fabricação e da adoção de novos modelos de negócios, priorizando matérias-primas que sejam mais duráveis e renováveis. Um produto, por exemplo, não terá o fim de sua vida útil após ser comprado e usado por uma família. A ideia é que ele seja transformado pela indústria, otimizando e aumentando o seu tempo de uso.
Com dados sobre hábitos de consumo sustentável na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru, a pesquisa aponta que, embora a população brasileira adote mais práticas sustentáveis da pauta de economia circular do que seus pares regionais, o termo em si ainda é desconhecido nacionalmente. Depois da Argentina, o Brasil é o segundo país em que o termo “economia circular” é mais desconhecido. De acordo com a pesquisa, 15% dos brasileiros ignoram o termo, enquanto 12% o associam a cuidar dos recursos naturais e do meio ambiente. Esse desconhecimento é observado também em outros países da região, onde as pessoas demonstram saber pouco da pauta em termos técnicos, mas estão dispostos a fazer algo. Segundo a pesquisa, 8 em cada 10 pessoas na América Latina estão dispostas a contribuir para uma economia circular, mais sustentável.
Embora desconheça o termo técnico, a maioria da população brasileira adota práticas sustentáveis no dia a dia, se engajando na doação de objetos sem uso ou na reciclagem, ações que também se enquadram na pauta de economia circular. O levantamento aponta que 77% das pessoas no Brasil doam itens que não usam, como roupas e brinquedos, ante 66% na média da América Latina. Outros hábitos de economia circular também se destacaram no Brasil, como, por exemplo, o hábito de reciclar (68%) e reparar (54%) objetos. É contraditório que eles não entendam o termo técnico, mas pratiquem. O que falta é explicar um pouco mais, mostrar exemplos, o que se pode fazer de forma prática e simples. Pensar no meio ambiente. Outro ponto de destaque na pesquisa é a responsabilidade do governo na implementação dessas práticas: 70% dos entrevistados apontam a importância de que essa pauta seja adotada pelo poder público, por meio de incentivos ou outras práticas que ajudem a difundi-la.
Além da sociedade, as empresas têm seu papel para o avanço da economia circular: 47% dos entrevistados dizem que a indústria e o varejo são responsáveis por garantir essa transição. As empresas que compõem a cadeia produtiva são responsáveis por grande parte do resíduo gerado na sociedade. As empresas têm um papel crucial. Não adianta exigir da população se, desde a fabricação, não há essa consciência. As empresas podem ajudar redesenhando toda forma de fabricação, que pensem na reciclabilidade, na extração da matéria-prima ao invés de só pensar em vender. Embora as empresas que compõem a cadeia produtiva e o poder público sejam vistos como os maiores responsáveis pela difusão, 46% dos entrevistados reconhecem sua própria responsabilidade em agir para uma economia mais circular. A pesquisa faz parte de um projeto global da CHEP, o Planeta Circular, que visa educar um milhão de pessoas sobre economia circular até 2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.