08/Nov/2023
O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que a maioria das economias do grupo do G20 deverá manter a política monetária restritiva para conseguir trazer a inflação de volta à meta. Assim, a projeção é que o crescimento das economias abrande para 3% este ano e 2,9% no próximo, um corte em relação às projeções feitas em julho. As previsões para os próximos cinco anos caíram de um pico de 4,9% há uma década para 3,1% para 2028, a previsão mais baixa desde 1990. Os bancos centrais terão de manter as taxas de juros mais altas durante mais tempo, uma vez que a inflação permanece persistentemente elevada, e uma flexibilização muito cedo poderá desfazer o progresso duramente alcançado para ancorar as expectativas de inflação. Esse ambiente de custos de financiamento também indica pressões sustentadas para os governos, o que significa que terão de consolidar as suas finanças para recompor os colchões e garantir que a sua dívida seja sustentável.
A maioria das economias do G20 está preparada para cortar despesas e aumentar as receitas nos próximos anos, mas é necessário um esforço fiscal ainda maior para garantir espaço suficiente para responder a choques futuros e a novos desafios fiscais. No meio do provável arrasto do aperto monetário e fiscal, tanto as economias avançadas como os mercados emergentes e os países em desenvolvimento devem considerar reformas estruturais para apoiar o crescimento econômico. Entretanto, as perspectivas de crescimento menor em um contexto de maior incerteza, de inflação mundial ainda elevada e de espaço orçamentário limitado constituem desafios para os dirigentes dos bancos centrais. Mas, há perspectivas mais otimistas: de desinflação e de reservas recompostas para ajudar a gerir choques futuros, e permitir um crescimento mais forte e equilibrado.
O crescimento entre as economias do G20 está abrandando de forma divergente entre as regiões e outros choques inflacionários adversos poderão desencadear em políticas monetárias mais restritivas, pesando sobre a atividade e conduzindo a uma reavaliação perturbadora dos mercados financeiros e a condições financeiras globais mais restritivas. O crescimento global permanece modesto devido a uma combinação de fatores cíclicos, que incluem política monetária mais restritiva retirada do apoio fiscal e uma dívida pública elevada. Ainda, há outros fatores, como a guerra na Ucrânia e a crescente fragmentação geoeconômica, que também vêm afetando as economias. A inflação não deverá retornar à meta das economias até, pelo menos, 2025 na maioria dos casos. Essa persistência aumenta a perspectiva de taxas mais elevadas durante mais tempo. A crise do custo de vida diminuiu graças à moderação dos preços dos alimentos e da energia, mas continua pressionando as economias mais pobres.
Entretanto, os riscos de curto prazo estão mais equilibrados do que eram, mas permanecem enviesados para uma maior queda de crescimento, apesar da probabilidade de um "pouso brusco" ter moderado após a resolução do impasse do teto da dívida dos Estados Unidos no início de junho e a diminuição dos riscos do setor bancário. O dinamismo de crescimento da China poderá enfraquecer ainda mais caso a crise do setor imobiliário se aprofunde, com repercussões negativas entre as principais economias. Uma fragmentação geoeconômica mais ampla corre o risco de maiores distorções e incerteza política. São necessários esforços de consolidação orçamental mais ambiciosos em algumas economias, ao mesmo tempo que a estabilidade financeira deve ser salvaguardada. Tais políticas ajudariam a melhorar a eficácia da política monetária, garantindo a estabilidade financeira e a sustentabilidade da dívida, proporcionando margem fiscal para investimentos e reformas para apoiar o crescimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.