09/Nov/2023
A nuvem de fumaça proveniente de queimadas que encobriu o Amazonas já dura dois meses e tem forçado a população a retomar o uso de máscaras, proteção comum durante a pandemia de Covid-19. Segundo o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a região tem batido sucessivos recordes de péssima qualidade no ar. O governo local e o governo federal têm sido pressionados a tomar providências mais efetivas para conter o avanço do fogo na região da floresta. Na rede estadual de saúde, os médicos percebem o aumento de atendimentos ligados a doenças respiratórias. A exposição prolongada a fumaças derivadas da queima de material vegetal agrava sintomas respiratórios. Na forma aguda, leva a tosse, desconforto torácico, falta de ar, irritação na garganta e rouquidão. Outros sintomas são relacionados à via aérea superior, como o aumento dos espirros, nariz ressecado e sangramento nasal em alguns casos.
Os olhos também não são poupados, podendo apresentar lacrimejamento ocular, vermelhidão e coceira. A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas afirmou não ter registrado aumento de demanda nos últimos dias. Acrescentou ainda que as Unidades de Pronto Atendimento e Serviços de Pronto Atendimento estão preparados. A SES-AM reforça a orientação de que, neste período de estiagem, a população tome cuidados como uso de máscara, para se proteger da inalação da fumaça, mantenha-se hidratada, além de adotar o uso de umidificadores de ar ou recipientes com água. Em outubro, o Amazonas registrou 3.858 focos de incêndio, o pior número desde o início da série histórica, iniciada em 1998. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.
As áreas mais afetadas estão nos municípios de Careiro e Autazes, região metropolitana de Manaus, e no sul do Estado, no chamado “Arco do Fogo”, na divisa com Acre, Rondônia e Pará. Nesta semana, o governo do Amazonas atribuiu a fumaça que encobre Manaus a queimadas no Pará. O governo afirma que tem trabalhado desde março nos municípios do sul do Estado e na região metropolitana no combate aos focos de incêndio. Além do governo estadual, Ibama e ICMBio atuam no Amazonas com 270 brigadistas divididos em bases avançadas distribuídas nos municípios de Autazes, Careiro da Várzea, Careiro, Iranduba e Manaquiri. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, transferiu para o Congresso Nacional parte da responsabilidade pela crise ambiental na região. Ela pediu pressa para a aprovar o Projeto de Lei 1.818/2022, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, pois isso ajudaria muito a estruturar melhor os Estados e os municípios para evitar que se chegue a uma situação como essa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.