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14/Nov/2023

China: investimento em energia preocupa mercado

Os mais novos fabricantes de energia solar da China incluem um produtor de leite e um fabricante de brinquedos. Os novos participantes são exemplos de uma farra de gastos com energia verde na China que está alimentando o rápido desenvolvimento de energia renovável no país, ao mesmo tempo que cria um excesso de componentes solares que está se espalhando pela indústria e frustrando tentativas de construir tal produção em outros lugares, particularmente na Europa. Desde o início do ano, os preços do polissilício chinês, o alicerce dos painéis solares, caíram 50% e os painéis caíram 40%, de acordo com o rastreador de dados OPIS, que é propriedade da Dow Jones. Dentro da China, algumas empresas temem que uma bolha verde esteja prestes a estourar. A economia orientada pelo Estado da China gastou quase US$ 80 bilhões na produção de energia limpa no ano passado, cerca de 90% de todo esse investimento a nível mundial, estima a BloombergNEF.

Os gastos anuais do país com energia verde em geral aumentaram mais de US$ 180 bilhões por ano desde 2019, afirma a Agência Internacional de Energia. A corrida ao financiamento atraiu um conjunto incomum de empresas para o movimentado negócio. No verão passado, a gigante chinesa de laticínios Royal Group revelou planos para três novos projetos. Havia uma fazenda com 10 mil vacas leiteiras, uma fábrica de processamento de laticínios e uma fábrica de US$ 1,5 bilhão para fabricar células e painéis solares. A indústria solar está melhorando e, a longo prazo, e o potencial de mercado é enorme. Mais recentemente, o Royal Group afirmou que pretende criar sinergias entre o seu principal negócio agrícola e a energia fotovoltaica, e promover a tecnologia solar para capacitar os proprietários de laticínios para reduzir custos e aumentar a eficiência.

O fabricante de leite não foi o único a aderir ao movimento solar da China nos últimos dois anos. Outros novatos incluíram uma rede de joias, uma produtora de equipamentos de controle de poluição e uma empresa farmacêutica. Os recém-chegados estão ajudando um ambicioso impulso eólico e solar na China. Só este ano o país deverá instalar aproximadamente tanta energia solar quanto os Estados Unidos têm no total, estima a Rystad Energy. Entretanto, as exportações chinesas de tudo, desde baterias e veículos elétricos a painéis solares e turbinas eólicas, aumentaram, provocando polêmica em locais como a Europa e os Estados Unidos, que tentam desenvolver a sua própria produção doméstica de energia limpa. Na energia solar, o investimento é uma razão importante para o enorme excesso de oferta de componentes e a queda dos preços que está prejudicando os lucros dos fabricantes em todo o mundo. Muitas empresas solares chinesas estabelecidas alertam que as consequências poderão ser sombrias, com perdas ou falências iminentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.