16/Nov/2023
Segundo a McKinsey & Company, o Brasil tem potencial para virar um sumidouro mundial de carbono em 2050. Ou seja, em vez de emitir gases de efeito estufa, o País poderá contribuir para a redução dessas emissões. Dos 7 bilhões GtCO2e (gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente) que o mundo precisa capturar para atingir a meta net zero (saldo zero entre emissões e captações de gases de efeito estufa) dentro de 27 anos, o País tem potencial de capturar 1,7GtCO2e. O dado está um estudo da McKinsey & Company que identificou mais de 50 alavancas para essa transformação do País, que hoje é um emissor. Com a queda de 22% do desmatamento nos 12 meses encerrados em setembro, o Brasil emite atualmente cerca de 1,6 GtCO2e.
Segundo o estudo, o Brasil pode passar do sexto maior emissor do mundo, em 2020, para net zero, em 2030, e gerar absorções líquidas de 1,7GtCO2e por ano até 2050. O melhor caminho para o Brasil seguir é em busca de uma estratégia de carbono negativo e não uma estratégia de carbono neutro (ou net zero). O Brasil é de três a cinco vezes mais eficiente economicamente do que outras geografias no processo de descarbonização da economia. A McKinsey é parceira de conteúdo da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28). A conferência ocorre em Dubai entre 30 de novembro e 12 de dezembro.
O estudo da McKinsey aponta que esse processo de transformação do País vai precisar de US$ 165 bilhões daqui até 2050. É um investimento relevante, mas com retorno alto. O retorno é calculado em US$ 110 bilhões por ano através de ganhos de produtividade. O setor mais beneficiado por esse forte investimento em descarbonização é a agropecuária. Para cada dólar colocado na descarbonização da pecuária, o setor ganha quase US$ 1,00 por ano em termos de produtividade. É um setor que é um grande emissor, mas também é o setor que mais tende a se beneficiar com a descarbonização. Aliás, das mais de 50 alavancas mapeadas pela McKinsey para a transformação do Brasil, 11 estão na agropecuária.
Entre elas, destaque para a recuperação de pastagens degradadas e investimento em projetos agropecuários integrativos, como o modelo Integração, Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF). Há dois grandes desafios para o setor agropecuário passar a aproveitar essa oportunidade. Um deles é o modelo de financiamento, desenhado em ciclos curtos (de 12 a 18 meses). Um programa de recuperação de pastagem tem um ciclo médio de 7 anos. Outro desafio é a capacitação das pessoas no campo. É preciso da ‘adoção técnica’, ou seja, da pesquisa da Embrapa e de equipe capacitada no campo para fazer essa transformação no campo. É preciso de um processo de educação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.