17/Nov/2023
A Comissão Europeia afirmou, nesta quinta-feira (16/11), que o bloco europeu não pode olhar para a China apenas como um parceiro comercial ou uma potência industrial, mas também como concorrente tecnológico, uma potência militar, e um ator com uma ideia distinta e divergente da ordem global. A China tem recorrido cada vez mais à coerção comercial, ao boicote de produtos europeus e ao controle das exportações de matérias-primas essenciais. Basta pensar na recente preparação de potenciais restrições à exportação de gálio e germânio, que são essenciais para produtos como semicondutores e painéis solares.
Isto mostra que, embora a União Europeia não queira se dissociar da China, precisa reduzir o risco de partes da relação. Além disso, há grandes preocupações sobre a justiça e as vulnerabilidades de segurança no setor das tecnologias limpas, incluindo, por exemplo, os veículos elétricos. Existe um claro excesso de capacidade na China e esse excesso será exportado. Especialmente se o excesso de capacidade for impulsionado por subsídios diretos e indiretos.
É por isso que a Comissão Europeia lançou a investigação anti-subsídios sobre os veículos elétricos chineses. A Europa está aberta à concorrência. Não para uma corrida até o fundo. A China tornou-se menos receptiva às empresas estrangeiras. Muitas empresas europeias na China sentem este novo clima, e 30% deles relatam uma diminuição na receita ano a ano. Quase dois terços esperam que as suas dificuldades aumentem no próximo ano.
Cada vez mais, o imperativo de segurança e controlo da economia supera a lógica dos mercados livres e do comércio aberto. É preciso reconhecer que existe um elemento explícito de rivalidade no relacionamento entre a União Europeia e a China. Mas, esta rivalidade não tem de ser hostil, pode ser construtiva. Portanto, a União Europeia precisa ser equilibrada e estratégica na resposta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.