ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Nov/2023

IBGE pode produzir estatística com dados digitais

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, defendeu que o órgão utilize em sua produção estatística os dados pessoais da população, a exemplo do que já fazem companhias de tecnologia, redes sociais e aplicativos digitais. Grandes empresas de tecnologia já acessam e utilizam em seus bancos de dados informações como fotografias, mensagens, roteiros percorridos e decisões de compras de usuários de internet e redes sociais. Tudo isso está autorizado a ser utilizado por empresas que não pertencem ao Brasil. E essas informações são espontaneamente transferidas. E o IBGE tem que ter o trabalho de ir até os brasileiros, consultar os brasileiros. Isso continuará sendo feito, mas é preciso fazer mais. O IBGE, para obter suas informações, entrevista os brasileiros, vai à casa dos brasileiros. Mas, hoje, todos, de certa maneira, que usam internet e redes sociais, doam as suas informações gratuitamente.

O IBGE já tem travado uma série de diálogos sobre o assunto, inclusive com a Anatel, com objetivo de avançar na construção de um sistema nacional autônomo de estatística, geografia e dados. O sistema será autônomo, porque as informações seriam integradas e mantidas, mas não apropriadas pelo IBGE. Isso é uma questão de decisão nacional. Se o Brasil quiser ser um país autônomo, não apenas política e economicamente, mas também do ponto de vista da informação, do dado, é preciso, avançar nesse sentido. É um tema tratado nos grupos de trabalho, essencial como os demais. O Brasil “vive uma mudança de época”, com possibilidade de construir um futuro melhor, mas que depende cada vez mais dos dados, da estatística, da geografia, algo que é o elemento fundante do próprio IBGE.

A revolução informacional mudou o curso da história e tornou o conjunto dos dados e suas aplicabilidades o modelo de negócios. Essa mudança de época faz com que hoje o IBGE não esteja mais sozinho. Ele faz parte já de uma competição de empresas e instituições, muitas delas estrangeiras, que dominam os dados, e que permitem inclusive conhecer mais o Brasil do que o próprio IBGE, ter mais informações que o presidente da República, que o governador, que o prefeito. Isso é possível através do avanço da internet, das redes sociais e, naturalmente, espontaneamente, todos transferem suas informações para aquelas instituições que mantêm a própria internet. As declarações foram dadas por Pochmann no evento que definirá 12 diretrizes para a atuação do IBGE nos próximos três anos, até seu 90º aniversário, em 2026, último ano do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.