20/Nov/2023
A queda do IBC-Br de setembro, somada ao fraco desempenho dos serviços no mês, confirmou a tendência de esfriamento da economia. Para economistas do mercado, os resultados consolidam a percepção de que o PIB cairá no terceiro trimestre e dificilmente crescerá 3% ou mais em 2023, como se esperava até outubro. O índice do Banco Central caiu 0,06% em setembro, na comparação com agosto, contrariando o consenso do mercado, de alta de 0,20%. Como resultado, fechou o terceiro trimestre em queda de 0,6%. Essa surpresa negativa seguiu o fraco desempenho do volume de serviços, que recuou 0,3% na margem no mês, enquanto o mercado sugeria crescimento de 0,4%.
Depois da divulgação do IBC-Br, a G5 Partners cortou a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 2023, de 3% para 2,8%, devido à expectativa de queda mais forte no terceiro trimestre (-0,1% para -0,4%). A Nova Futura Investimentos manteve a expectativa de alta de 3%, mas um resultado menor, de 2,8%, também parece provável. Segundo a G5 Partners, percebe-se uma desaceleração na margem em todos os segmentos econômicos, inclusive na agropecuária, que, alinhada com a queda do IBC-Br no terceiro trimestre, sugere uma variação negativa para o PIB do mesmo período. A estimativa em tempo real (tracker) do Santander Brasil para o PIB do terceiro trimestre caiu de -0,3% para -0,4%.
A expectativa de crescimento de 2,5% para a economia este ano foi reiterada, pois os dados disponíveis até agora para outubro sugerem continuidade do arrefecimento, sobretudo nos setores mais cíclicos da economia. A MAG Investimentos espera alta de 2,8% para o PIB de 2023, mas reconhece que o resultado pode ficar mais próximo de 2,5% a 2,6%, devido ao ritmo de enfraquecimento da economia. A gestora espera estabilidade da economia no terceiro trimestre (0%), mas é possível uma queda de 0,1% a 0,2%. Como esperado, a atividade desacelerou no terceiro trimestre.
Já havia essa visão devido aos juros ainda bem elevados, além da falta do impacto do agro e seu efeito transbordamento. O número só confirma a visão de desaceleração da atividade como um todo. Em contrapartida, o Sicredi reforçou a projeção de crescimento de 3% para o PIB de 2023, considerando uma queda de 0,1% para o terceiro trimestre e estabilidade no quarto. O mercado de trabalho resiliente manterá o consumo das famílias em alta no terceiro trimestre. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a queda de 0,06% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro ante agosto não muda as expectativas da autoridade monetária para o crescimento da economia em 2023 e 2024.
Para Campos Neto, trata-se do número de um mês. É preciso pensar se isso muda as expectativas de crescimento para este ano e o carregamento para o ano que vem, e a percepção é de que não. Já existia a percepção de que esse trimestre teria uma desaceleração. A economia também retraiu no terceiro trimestre do ano (julho até setembro), conforme o IBC-Br. Na série com ajuste sazonal, o recuo foi de 0,64% ante os três meses anteriores (abril a junho). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.