21/Nov/2023
O Brasil desembarca em Dubai, na semana que vem, com a intenção de se apresentar na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) como um provedor de soluções para o mundo. Além disso, vai defender a ciência como determinante nas decisões e políticas públicas a respeito do aquecimento global. As afirmações são do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O Brasil vai defender de maneira firme o comprometimento com a meta global de aumento de até 1,5°C da temperatura. O governo brasileiro também chegará COP28 defendendo o protagonismo de países com florestas tropicais na discussão de soluções para os problemas desses biomas.
Na COP, haverá a continuidade desse debate iniciado na Cúpula de Belém e propostas mais concretas. Serão propostas ligadas a questões como remuneração dos serviços ecossistêmicos das florestas, manutenção da floresta em pé. A delegação irá apresentar em Dubai projetos como o de recuperação de nascentes no Cerrado, cujo investimento estimado é de 25 bilhões de euros, e o Fundo Clima, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que apresentará um "projeto grande de reflorestamento. No dia 23 de novembro, será apresenta a avaliação dos programas na área ambiental. Na Cúpula de Belém, os países participantes declararam que o "problema número 1" a ser enfrentado na região da Floresta Amazônica é o crime organizado.
A Declaração de Belém contempla a proposta de Manaus (AM) ter um centro do combate ao crime organizado. Um dos outros temas tratados foi a inclusão do ponto de 'não retorno' que, no caso da Amazônia, é algo bastante sensível porque significa mexer no regime de chuvas do Brasil, o que é uma tragédia para a agricultura. A atuação do Brasil numa conferência internacional como a COP tem várias dimensões. Uma delas é mostrar o que está fazendo. A outra é procurar o entendimento entre países que estão bloqueados para tratar de certos assuntos. O presidente Lula tem demonstrado disposição ser uma "ponte" entre as nações nas discussões mais controversas. Já há 138 chefes de Estado com presença confirmada na COP28. O governo brasileiro planeja levar uma das maiores delegações. Além do presidente Lula, já estão confirmados os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Meio Ambiente, Marina Silva.
Cerca de 2.400 pessoas já enviaram sua inscrição ao MRE, sinalizando a intenção de participar da COP28. Há muitos empresários, acadêmicos, cientistas, representantes da sociedade civil. Essa é uma grande força do Brasil e um sinal de quanto o País está comprometido com a discussão sobre mudança climática. O objetivo principal da COP28 é aprovar o Global Stocktake (GST), que será o primeiro balanço global sobre o cumprimento pelos países dos compromissos nacionalmente determinados (NDCs) a partir do Acordo de Paris de 2015. O GST é fundamental para a COP29, quando planeja-se chegar à criação de uma nova estrutura para financiar a ações climáticas, e para a COP30, em Belém (PA), onde os países deverão apresentar as suas novas NDCs. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.