27/Nov/2023
O Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2022. O número representa uma queda de 8% em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 2,5 bilhões de toneladas, mas ainda um nível de poluição em patamares elevados. A taxa de emissões registrada no ano passado é a terceira maior desde 2005, perdendo apenas para 2021 e 2019. O Observatório do Clima, a maior coalizão de ONGs do País ligadas à sustentabilidade, apresentou dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg). Essa é a 11ª edição do estudo, divulgada às vésperas da Cúpula do Clima (COP28), que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, a partir do dia 30 de novembro. A redução de emissões de gases de efeito estufa é a principal medida para frear o aquecimento global.
Entre 2019 e 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil emitiu 9,4 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa, retornando a patamares de emissões da década de 1990 e do início dos anos 2000. O desmatamento, principal responsável pelas emissões de gases do efeito estufa no Brasil, apresentou leve queda em suas taxas de emissão. Em 2022, a destruição de florestas emitiu 1,12 bilhão de toneladas brutas de gás carbônico equivalente, o correspondente a 48% das emissões brasileiras. Em 2021, o desmatamento emitiu 1,32 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa, representando 50% do total. Mesmo com a alta no Cerrado, a diminuição na Amazônia (cuja taxa de desmatamento medida pelo sistema Prodes, do Inpe, caiu 11%, de 13.038 Km² para 11.594 Km²) puxou o setor para baixo.
A análise mostra que, enquanto as emissões geradas pelo desmatamento caíram, a quantidade de gases de efeito estufa despejada pela agropecuária cresceu. Em 2022, o setor emitiu 617,2 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, aumento de 3,2% em relação a 2021, quando foram emitidas 598,3 milhões de toneladas. A agropecuária é a segunda maior fonte de emissões do Brasil, ficando atrás apenas do desmatamento, e representa 27% do total. A principal causa do aumento nas emissões foi, assim como em 2021, o crescimento do rebanho bovino. O número de cabeças de gado aumentou quase dez milhões. Em 2022, foram relatadas 234,4 milhões de cabeças. O gado emite metano no processo de digestão, contribuindo para o aquecimento global. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.