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28/Nov/2023

Crédito Rural: Santander amplia recursos na carteira

Dois meses antes do previsto, o Santander atingiu a meta de elevar para R$ 50 bilhões sua carteira de crédito rural. O feito é consequência direta da decisão do banco de apostar na utilização de recursos livres para ganhar espaço nos financiamentos ao agronegócio brasileiro. Até 2015, a atuação do Santander nesse mercado ocorria exclusivamente por meio da distribuição de dinheiro destinado de maneira obrigatória a operações de crédito rural, como as do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O banco começou com uma carteira pequena, de R$ 6 bilhões, e se concentrou inicialmente nos clientes de operações de atacado.

Como a clientela que tem esse perfil se caracteriza pela tomada de empréstimos mais volumosos que os de varejo, a opção ajudou o Santander a ganhar tração nesse mercado com um número ainda relativamente baixo de desembolsos, conta o executivo. Como até aquele momento o banco atuava apenas com recursos obrigatórios, foi só então que o crédito rural virou efetivamente um negócio para o banco. A estruturação levou tempo. A efetivação de uma operação de financiamento ao campo levava, em média, 40 dias. Alguns anos depois, por volta de 2018, a espera passou a ser de 15 dias. Hoje, a liberação dos recursos ocorre, em média, 5 dias depois do sinal verde para a operação.

Entram na carteira agro do banco somente as operações que de fato se destinam a financiar a produção agropecuária. Se o produtor tem uma conta de cheque especial, um carro ou um apartamento financiado, isso não faz parte da carteira. O mesmo vale para as grandes empresas do segmento que têm uma operação de emissão de títulos de dívida, como os chamados bonds. Atualmente, cerca de 10% da carteira de crédito rural é formada por operações com dinheiro de destinação obrigatória, R$ 4 bilhões são de empréstimos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e uma pequena parcela são de recursos da tesouraria do banco.

A maior parte, R$ 38 bilhões, corresponde a empréstimos que o Santander fez via lançamento de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). A ideia era transformar o segmento de crédito rural em um negócio com estrutura própria. Desde o início desse processo, além da origem dos recursos, mudou também o perfil dos profissionais que fazem o atendimento à clientela agro. Em 2015, eram 20 agrônomos. Hoje, são 300 pessoas espalhadas pelo Brasil. Já não é obrigatório ser agrônomo para trabalhar com essa clientela. As pessoas recebem treinamento para poder conversar com os clientes, mas têm que gostar de pisar no barro, andar em estrada de terra e tomar sol na cabeça. As visitas aos clientes fazem parte da rotina.

Mais do que representar apenas um marco para as próprias operações do Santander, a carteira de R$ 50 bilhões ilustra a expansão das instituições privadas na oferta de recursos ao agronegócio nacional. Em 2015, quando o Santander começou a trabalhar efetivamente na oferta de crédito rural, o Banco do Brasil, líder do segmento, tinha mais de dois terços de participação de mercado. O banco estatal ainda é, de longe, o líder do segmento, mas sua fatia é hoje de pouco mais de 50%. O Santander ainda não anunciou sua meta para o crédito rural para o próximo ano, mas continua a projetar expansão de dois dígitos. O crescimento foi de 30% desde 2015, em média. No ano que vem, o banco deve crescer ao menos 15%. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.