30/Nov/2023
O relatório mais recente da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) revelou que as águas do Oceano Pacífico atingiram o maior nível de aquecimento desde 2016. O Niño 3.4 apresentou um aumento de 2,1°C. Essa região, situada no Pacífico Equatorial Centro-Leste, é uma das principais referências para análises e previsões relacionadas ao El Niño. Durante o El Niño de 2015-2016, a última ocorrência intensa desse fenômeno, foi registrado um pico de aquecimento de 2,6°C. Não há consenso entre meteorologistas e climatologistas sobre a definição de um Super El Niño.
Esse fenômeno é caracterizado por um aquecimento igual ou superior a 0,5°C das águas do Oceano Pacífico. O El Niño ocorre a cada dois a sete anos, com uma duração média de doze meses, impactando diretamente o aumento da temperatura global. Segundo o Climate Change Channel, este El Niño pode ser considerado um Super El Niño. É o mais intenso registrado por medidas de satélite desde 1982, abrangendo uma região mais ampla afetada pelo fenômeno, além das altas temperaturas oceânicas. É o mais intenso em temperatura e em extensão no mar. Também é maior em comparação aos demais anos da série histórica.
Para o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o termo Super El Niño não contribui para a compreensão do fenômeno e seus impactos, apesar de sua intensidade ser considerável. A Climatempo afirma que, no atual estágio, é possível considerar este El Niño como muito intenso. Pelo contexto observado neste ano, muitos climatologistas acabam classificando o fenômeno como “super”, e que não há erro ou exagero nesta classificação. Alguns especialistas consideram o Super El Niño quando há um aquecimento de mais de 2°C nas águas do Oceano Pacífico, enquanto outros entendem que essa categoria valeria para valores superiores a 2,5°C de alta na temperatura. Em geral, a escala do fenômeno é medida de acordo com os seguintes parâmetros:
- Alteração de 0,5 até 0,9°C é considerada fraca;
- Entre 1,0°C e 1,4°C é moderada;
- De 1,5°C até 2°C é forte;
- Acima de 2°C é classificada como muito forte.
Quanto ao El Niño nos próximos meses, as previsões mais recentes indicam que o fenômeno deve persistir pelo menos até abril de 2024, devido à tendência de aumento na temperatura do oceano. As evidências sugerem que o fenômeno permanecerá intenso nos próximos meses. Não há motivos para acreditar que o El Niño vai ter uma queda rápida. As correntes superficiais estão muito quentes e o transporte de águas mais quentes que o normal segue extremamente intenso. O pico do fenômeno deve ocorrer entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro.
Após atingir seu ápice, o El Niño deve manter sua intensidade até o final de fevereiro e diminuir entre abril e maio. Os relatórios indicam que a temperatura do oceano continua subindo, mas é difícil estimar em qual patamar ela estará em janeiro de 2024. O aquecimento global desempenha um papel fundamental na intensificação das consequências de fenômenos como o El Niño, tornando eventos climáticos extremos cada vez mais comuns, como ondas de calor, ondas de frio e enchentes. Isso que está acontecendo agora é apenas uma amostra do que pode acontecer no futuro. E mostra como o mundo não está preparado para enfrentar esses eventos extremos. Fonte: G1. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.