30/Nov/2023
O dólar fechou esta quarta-feira (29/11) em alta ante o Real, numa sessão marcada por ajustes técnicos, após a divisa acumular queda superior a 3% em novembro, e pelo avanço da moeda norte-americana no exterior, na esteira de novos dados sobre a economia dos Estados Unidos. O dólar fechou a R$ 4,88, em alta de 0,28%. Em novembro, a moeda ainda acumula baixa de 3,06%. No início da sessão, o dólar chegou a ceder ante o Real, dando continuidade ao movimento da véspera e com investidores ainda repercutindo comentários de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Na terça-feira (28/11), o diretor do Fed Christopher Waller afirmou que as autoridades do Fed parecem cada vez mais confortáveis em encerrar 2023 sem mexer na taxa básica de juros.
A fala reforçou a avaliação de que o Fed tende a manter sua taxa básica na faixa de 5,25% a 5,50% e pode iniciar o processo de cortes ainda no primeiro semestre de 2024. O movimento, em tese, é desfavorável ao dólar. Neste cenário, o dólar marcou a cotação mínima de R$ 4,86 (-0,17%). A moeda norte-americana, no entanto, migrou para o território positivo em seguida, com profissionais do mercado citando diferentes motivos para a alta. Para a FB Capital, com uma queda acumulada de mais de 3% em novembro, é compreensível que haja um ajuste para cima das cotações. Profissionais citaram ainda a demanda maior pela moeda norte-americana, algo comum em finais de ano, quando multinacionais e fundos costumam mandar recursos para outros países, e a briga pela formação da Ptax de fim de mês, que vai se intensificar nesta quinta-feira (30/11).
A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos também impactaram as cotações. Os números mostraram que a economia norte-americana cresceu a uma taxa anualizada de 5,2% no último trimestre, acima do ritmo de 4,9% informado anteriormente. Economistas esperavam que o crescimento do PIB seria revisado para cima, a uma taxa de 5,0%. Embora os gastos do consumidor tenham sido revisados para baixo, o resultado cheio do PIB dos Estados Unidos deu força ao dólar em relação às divisas fortes e ante a maior parte das moedas de emergentes e exportadores de commodities.
No Brasil, o movimento fez o dólar marcar a máxima de R$ 4,90 (+0,68%). Porém, o dólar index, que mede a relação da divisa norte-americana ante uma cesta de moedas fortes, perdeu força, o que fez a divisa dos Estados Unidos também desacelerar no Brasil. Divulgado às 16h, o Livro Bege do Fed (relatório com apontamentos da instituição sobre a economia) registrou que a atividade nos Estados Unidos desacelerou do fim de outubro até meados de novembro, enquanto as empresas relataram uma moderação da inflação e maior facilidade na contratação de empregos. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,18%, a 102,800. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de fevereiro. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.