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11/Jan/2024

Startups usam IA contra desperdício de alimentos

A startup colombiana Frubana tem como foco central conectar pequenos produtores a restaurantes. Ao fazer a ponte entre as duas partes, a empresa afirma que é possível passar para o produtor a exata quantia que o restaurante precisará para o preparo dos pedidos. Prevendo a demanda, a companhia consegue garantir a compra e diminuir o desperdício em um número maior. Segundo a startup, é possível atacar o desperdício porque dá a certeza da produção necessária e qual pagar. O preço já é melhor porque a pessoa sabe que vai vender o que produzir. A Frubana é só um exemplo do rol de companhias que identificaram uma oportunidade de negócios ao atacar o problema do desperdício de alimentos. Nessa empreitada, usam novas tecnologias como a inteligência artificial. Os maiores desafios para sanar o desperdício estão na produção, armazenagem e distribuição. Com o uso de tecnologia, é possível aprimorar a eficiência operacional na cadeia de abastecimento, reduzindo para apenas 0,8% a perda dos alimentos.

Segundo especialistas, o investimento em esquemas logísticos eficientes e modernos é a chave para transformar o mercado de alimentos no País e reduzir drasticamente o desperdício. A startup Gooxxy segue caminho parecido, com a proposta de conectar redes varejistas e produtores para evitar o desperdício. Essa é uma tendência de mercado impulsionada pela ascensão da agenda ESG (meio ambiente, social e governança), pelos avanços tecnológicos e pela mudança geracional. O mundo se volta não para produzir em excesso, mas para produzir o que, de fato, é necessário. A preocupação social e sustentável das empresas não seria mais apenas um diferencial competitivo, mas algo essencial para a sobrevivência das companhias no futuro. As perdas são parte do processo produtivo e existe uma dificuldade em prever eventos, como um embargo num porto ou a própria pandemia. Mas, a tecnologia ajuda a tornar o escoamento dos produtos mais eficiente, controlando com a inteligência artificial e outras tecnologias em tempo real a entrega dos itens e em qual estado o produto se encontra, além de rastrear o lote e a validade.

Cerca de 14% dos alimentos produzidos globalmente são perdidos antes de chegarem aos mercados varejistas, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura. Além de aumentar a insegurança alimentar, esse problema impacta toda a cadeia produtiva, do produtor ao consumidor final. Entre os maiores produtores mundiais de alimentos, o Brasil é um dos que mais desperdiçam comida, segundo dados da ONU. Anualmente, cada brasileiro joga fora aproximadamente 60 quilos de alimentos em perfeito estado para consumo. Milhões de toneladas de alimentos também são perdidas nas fases de produção, armazenamento, embalagem e transporte. De olho nisso, empresas como a startup Fruta Imperfeita trabalham para evitar o descarte de alimentos em bom estado, que são descartados por não atenderem a padrões (de tamanho, formato e cores convencionais) para a comercialização. Por essa razão, normalmente muitas frutas e legumes simplesmente são descartados.

Assim, a marca afirma que é possível não só disseminar a proposta de consumo consciente de alimentos como também conectar pequenos produtores diretamente aos consumidores, viabilizando a venda de produtos que seriam descartados se fossem ao mercado. Outra marca com proposta similar é a Mercado Diferente, que atua com a venda de frutas e legumes orgânicos considerados “fora do padrão”, mas que estão em perfeitas condições de consumo. O assinante do serviço pode encomendar a entrega em casa de cestas com produtos como condimentos, legumes e frutas. O desperdício implica ainda outros tipos de custos. Além dos gastos para produzir e armazenar, há o custo para incinerar de forma ambiental os produtos que não foram vendidos. A Frubana cita ainda a possibilidade de ajustar a demanda às diferentes estações, dosando a temperatura do local onde os produtos são armazenados e a quantia a ser produzida, como um outro trunfo contra o desperdício. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.