ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

21/Feb/2024

Clima: aumentam as chances de La Niña em 2024

Com o El Niño cada vez mais fraco, as condições climáticas indicam que o tempo caminha para uma situação de neutralidade no Pacífico, segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o principal órgão de monitoramento dos fenômenos, que é ligado ao governo dos Estados Unidos. A possibilidade de a transição de El Niño para neutralidade acontecer entre abril e junho de 2024 é de 79%, informa o boletim mais atualizado da NOAA. Em paralelo, há 55% de chance do La Niña se estabelecer entre junho e agosto deste ano. O fenômeno La Niña se caracteriza pela queda de mais de 0,5°C na temperatura da porção equatorial do Oceano Pacífico. Quando o fenômeno está ativo, o volume de chuvas costuma diminuir na Região Sul do Brasil, causando estiagem em muitos casos, e aumentar nas Regiões Norte e Nordeste do País. Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, não há uma correlação tão clara, mas aumentam as chances de ocorrência de períodos frios e chuvosos.

Segundo a Nottus, caso o fenômeno se confirme, a primeira coisa que o La Niña pode causar é o atraso no início do período úmido na região central do Brasil. Porém, diferentemente do El Niño, quando essa chuva chegar, ela deve cobrir uma área maior, e não apenas pontual, com chuvas fortes apenas em pontos específicos. As invernadas no centro do Brasil também ganham força. Isso significa dias consecutivos de chuva persistente, abrangente e volumosa, além de haver pouca incidência de luz solar, o que pode prejudicar as plantas que precisam de luminosidade. Esse quadro favorece o surgimento de doenças fúngicas e atrapalha os trabalhos de campo e a logística da safra nas estradas. A Região Sul, especialmente o Rio Grande do Sul, pode sofrer com a volta das secas. No entanto, o momento não é para alarmismo, afirma a Climatempo. Os efeitos do La Niña nunca são percebidos com muita força no primeiro ano de ocorrência do fenômeno. Mesmo que o La Niña seja de forte intensidade, os efeitos não são instantâneos. Isso porque a atmosfera tem um 'delay' a partir do momento em que o fenômeno se estabelece.

O último La Niña ficou ativo entre 2020 e 2023. Em alguns meses de 2021, ele atingiu categoria de nível moderado e causou secas históricas em lavouras de milho e soja na Região Sul do País. O quadro pode se repetir caso o fenômeno se mantenha até 2025. Na Região Nordeste, o La Niña "trabalha" com o Oceano Atlântico. Isso significa que a chuva só vai realmente ocorrer se o oceano estiver aquecido nas áreas costeiras. Por isso, a tendência é que as chuvas atrasem no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e, quando elas chegarem, serão bem distribuídas. São condições favoráveis. O La Niña pode garantir um fôlego a mais para a próxima safra com chuvas mais bem distribuídas no Matopiba. As perspectivas são melhores também na Região Norte, que em 2023 enfrentou uma seca histórica e sem seu período de cheia. O verão vai se encerrar com os níveis dos rios ainda baixos, mas a tendência é que a normalidade das chuvas volte à região com o fim do El Niño. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.