27/Feb/2024
Prática até então restrita a poucas empresas, o uso de resíduos tem se tornado o foco principal de negócios voltados para a produção e o consumo de produtos sustentáveis. O movimento tem ganhado força num cenário cada vez mais pautado pelas discussões sobre as mudanças climáticas. A agência criativa Hand Atelier, por exemplo, fechou uma parceria com a startup Polimex Bioplásticos e a Moinho Produtos Sustentáveis para a comercialização de itens descartáveis biodegradáveis e compostáveis (que se decompõem) feitos a partir de resíduos de açaí.
Atualmente, são comercializados itens como copos, pazinhas de sobremesa, colheres dosadoras e um kit escolar. A parceria prevê a criação de novas linhas voltadas às redes hoteleiras, além dos segmentos de bares e restaurantes e embalagens e acessórios de cosméticos. Com o uso do PNB (Plástico Natural Biodegradável) como matéria prima, a ideia é que esses materiais possam se decompor e se transformar em adubo orgânico em apenas 154 dias, evitando que toneladas de plástico sejam descartadas no meio ambiente.
O PNB não tem nada petroquímico na composição e para ele se degradar não precisa de uma composteira. Ele pode virar adubo para o solo sem nada tóxico, explica a Polimex Bioplásticos. A parceria foi planejada para incentivar os princípios da bioeconomia circular, ao introduzir no mercado produtos personalizados e sustentáveis que atendem às necessidades específicas dos clientes. O mercado de bioplásticos tem crescido e ganhado escala, embora ainda não se compare à quantidade de plástico produzida pela indústria petroquímica.
Com a aposta de que a demanda por esses produtos crescerá cada vez mais com a ascensão da agenda ESG (boas práticas em meio ambiente, social e governança), as marcas esperam recuperar o investimento inicial para a produção dos biodegradáveis até o final de 2024. Outro destaque no mercado de resíduos é a startup Recicla-se, que transforma a coleta de resíduos em moeda digital. Por meio de um modelo de assinatura personalizado, a companhia certifica empresas e instituições governamentais que estão reciclando os seus resíduos e acompanhando toda a vida útil dos produtos.
Após a certificação, as companhias recebem tokens (representação eletrônica de um ativo real para facilitar as negociações de bens) de carbono como reconhecimento pelo impacto positivo gerado. Na prática, eles funcionam como criptoativos ou moedas digitais e podem ser vendidos. Segundo a Recicla-se, o grande trunfo do projeto é não só a ressignificação dos resíduos em um bem de valor, mas impulsionar a prática da economia circular em empresas. Transformando o resíduo em um token, todos os dados da vida útil daquele produto e daquele resíduo vão estar armazenados na blockchain (livro de registros digitais). Isso torna o processo muito mais seguro e confiável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.