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29/Feb/2024

Alimentos terão impacto menor na inflação de 2024

A queda de preço dos produtos agropecuários no atacado gerou um movimento de revisão dos índices de inflação deste ano. Economistas dizem que os efeitos do fenômeno climático El Niño sobre os preços dos alimentos foram menos severos do que o esperado. Agora, o custo da alimentação em casa deve se manter sob controle em 2024, pressionando menos o índice oficial de inflação, o IPCA. Alguns indicadores que norteiam as análises dos especialistas e compõem o índice geral de inflação dão sinais de que os preços dos alimentos apresentam uma tendência de queda.

Os Índices Gerais de Preços (IGPs) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mais sensíveis à inflação no atacado, por exemplo, caíram em 2023 e têm mantido a tendência de baixa desde o início deste ano. Um outro indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agropecuário, tem registrado deflação, refletindo as quedas nas cotações de commodities agrícolas, como a soja e o milho. Em outro caso, segundo cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, os preços dos produtos agropecuários caíram, em média, 16,4% em 2023.

A consequência desse movimento de queda dos vários índices de preços do setor agropecuário foi um ajuste para baixo nas projeções de inflação do atacado e, por consequência, na taxa oficial do custo de vida. O último relatório Focus, do Banco Central, mostrou que as perspectivas dos analistas de mercado para o IGP-M de 2024 caiu de 4,07% para 3,3%. A estimativa intermediária para o IPCA cedeu 0,09% para este ano, de 3,9% para 3,81%. Segundo a Constância Investimentos, era esperada este ano uma recuperação do IGP-M, mas parece que isso vai demorar um pouco mais para acontecer.

O IGP-M subiu a 37,04% durante a pandemia, em meados de 2021, quase 30% acima do IPCA (8,06%). Desde meados de 2023, o IGP vem devolvendo a alta e, em janeiro, acumulava baixa de 3,32%. A LCA Consultores diminuiu desde o início do ano a sua projeção para o IGP-M de 2024 de 3,8% para 2,6%. Essa revisão foi essencialmente puxada pela redução da expectativa de inflação ao produtor agropecuário, de 4,9% para 1,8%, em razão da percepção de menores impactos climáticos sobre os preços de alimentos. A impressão que dá é que parte relevante dos efeitos do El Niño já apareceu nos preços e foi menos intensa do que se imaginava. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.