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01/Mar/2024

Taxa de desemprego recua no trimestre até janeiro

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira (29/02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,6% no trimestre encerrado em janeiro. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,4%. No trimestre encerrado em dezembro de 2023, a taxa de desocupação estava em 7,4%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.07800 no trimestre encerrado em janeiro. O resultado representa alta de 3,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 305,125 bilhões no trimestre até janeiro, alta de 6,0% ante igual período do ano anterior. O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro de 2024 em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, um aumento de 0,4% na ocupação.

A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação. A população desocupada aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões de desempregados no trimestre até janeiro. Em um ano, 703 mil pessoas deixaram o desemprego. A população inativa somou 66,590 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro, 52 mil a menos que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente aumentou em 248 mil pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 57,3% no trimestre até janeiro, ante 57,2% no trimestre até outubro de 2023. No trimestre terminado em janeiro de 2023, o nível da ocupação era de 56,7%. No trimestre terminado em janeiro, faltou trabalho para 20,301 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 17,5% no trimestre até outubro de 2023 para 17,6% no trimestre até janeiro.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até janeiro de 2023, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 18,7%. A população subutilizada subiu 1,3% ante o trimestre até outubro de 2023, 258 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até janeiro de 2023, houve um recuo de 5,6%, menos 1,204 milhão de pessoas. A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,2% no trimestre até janeiro, ante 5,4% no trimestre até outubro de 2023. Em todo o Brasil, há 5,271 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até outubro de 2023 para o trimestre até janeiro de 2024, houve um recuo de 173 mil pessoas na população nessa condição.

O País tem 36 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano. O Brasil registrou 3,572 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em janeiro. O resultado significa 133 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023, um aumento de 3,9%. Em um ano, 388 mil pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 9,8%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A taxa de desocupação de 7,6% registrada no trimestre terminado em janeiro de 2024 foi o menor resultado para esse período do ano desde 2015, quando ficou em 6,9%. O resultado representou a primeira elevação após nove trimestres móveis seguidos de recuo. No trimestre encerrado em dezembro de 2023, a taxa foi de 7,4%.

Porém, o desempenho do trimestre até janeiro igualou-se ao patamar registrado em outubro de 2023, quando também estava em 7,6%. No trimestre terminado em janeiro de 2023, a taxa estava em 8,4%. O trimestre encerrado em janeiro de 2024 mostrou uma geração de 335 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023. Em um ano, 1,137 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 37,950 milhões no trimestre até janeiro. A população trabalhando sem carteira assinada no setor privado alcançou 13,443 milhões, 129 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até janeiro de 2023, foram abertas 335 mil vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria encolheu em 29 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,553 milhões. O resultado significa 254 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes.

O número de empregadores diminuiu em 29 mil em um trimestre. Em relação a janeiro de 2023, o total de empregadores é maior em 11 mil pessoas. O País teve um aumento de 126 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,945 milhões de pessoas. Esse contingente é 62 mil pessoas maior que no ano anterior. O setor público teve 18 mil ocupados a menos no trimestre terminado em janeiro de 2024 ante o trimestre encerrado em outubro de 2023. Na comparação com o trimestre até janeiro de 2023, foram abertas 315 mil vagas. Sete das dez atividades econômicas registraram contratações no trimestre encerrado em janeiro. Na passagem do trimestre terminado em outubro de 2023 para o trimestre encerrado em janeiro de 2024, houve demissões apenas na agricultura, 503 mil vagas a menos; alojamento e alimentação, menos 126 mil; e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, menos 191 mil.

Houve geração de postos de trabalho na indústria (234 mil), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (que demitiu 582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil). O País registrou uma taxa de informalidade de 39,0% no mercado de trabalho no trimestre até janeiro de 2024. Havia 39,217 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, mais 37 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais.

O total de vagas no mercado de trabalho como um todo no período cresceu em 387 mil novos postos de trabalho. Em um trimestre, na informalidade, houve elevação de 129 mil empregos sem carteira assinada no setor privado, de 127 mil trabalhadores domésticos sem carteira assinada e de 17 mil empregadores sem CNPJ. Houve redução de 108 mil pessoas no trabalho por conta própria sem CNPJ e de 127 mil pessoas atuando no trabalho familiar auxiliar. A população ocupada atuando na informalidade cresceu 0,1% em um trimestre. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais subiu em 764 mil pessoas, alta de 2,0%. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 17,357 bilhões no período de um ano, para o nível recorde de R$ 305,125 bilhões, uma alta de 6,0% no trimestre encerrado em janeiro de 2024 ante o trimestre terminado em janeiro de 2023. Na comparação com o trimestre terminado em outubro de 2023, a massa de renda real subiu 2,1% no trimestre terminado em janeiro, R$ 6,295 bilhões a mais.

Houve expansão tanto no número de trabalhadores, quanto no rendimento obtido por quem estava trabalhando. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,6% na comparação com o trimestre até outubro de 2023, R$ 48 a mais, para R$ 3.078. Em relação ao trimestre encerrado em janeiro de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,8%, R$ 113,00 a mais. A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 2,6% no trimestre terminado em janeiro ante o trimestre encerrado em outubro. Já na comparação com o trimestre terminado em janeiro de 2023, houve elevação de 8,6% na renda média nominal. A renda real do trabalhador cresce com a expansão do emprego formal, que tem remuneração mais elevada que ocupações informais. Ao longo dos últimos trimestres observa-se o crescimento da ocupação com carteira assinada. No trimestre terminado em janeiro também teve aumento do rendimento do setor público.

O mercado de trabalho parece ter se mantido aquecido na virada do ano, a despeito da tendência sazonal de aumento na taxa de desemprego. A taxa de desemprego ficou em 7,6% no trimestre terminado em janeiro, mesmo resultado do trimestre terminado em outubro de 2023. Considerando apenas trimestres terminados em janeiro, a taxa de desocupação foi a mais baixa desde 2015. Não é de se esperar que no trimestre encerrado em janeiro haja crescimento expressivo da ocupação. No trimestre até janeiro de 2024, não houve crescimento significativo, mas já foi suficiente para não fazer a taxa de desocupação aumentar, mas sim permanecer estável. Do ponto de vista da ocupação, o mês de janeiro de 2024 foi melhor que os anos anteriores. O País registrou uma geração de 387 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até janeiro em relação ao trimestre encerrado em outubro de 2023. A população ocupada alcançou 100,593 milhões de pessoas no trimestre encerrado em janeiro. Em um ano, mais 1,957 milhão de pessoas encontraram uma ocupação.

A população desempregada aumentou em 32 mil pessoas em um trimestre, totalizando 8,292 milhões de desempregados no trimestre até janeiro. Em um ano, porém, 703 mil pessoas deixaram o desemprego. Parte desse resultado ainda tem influência importante dos dois últimos meses de 2023. O mercado de trabalho permaneceu aquecido na virada para 2024. O processo sazonal de dispensa de trabalhadores temporários, característico do início de cada ano, é melhor avaliado no fechamento do primeiro trimestre. De 2024, só estão disponíveis os dados de janeiro. Ainda não foi possível identificar nos números um aumento sazonal importante da taxa de desocupação nem pressão de crescimento no número de pessoas em busca de emprego. Em algumas atividades, principalmente de serviços, não apenas não houve dispensa como houve expansão da ocupação. A população ocupada é recorde na série histórica comparável.

Sete das dez atividades econômicas registraram abertura de vagas no trimestre encerrado em janeiro: indústria (234 mil a mais), serviços domésticos (121 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (241 mil), comércio (103 mil), construção (89 mil), outros serviços (164 mil) e transporte e armazenagem (247 mil). Houve demissões apenas na agricultura (503 mil vagas a menos), alojamento e alimentação (-126 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-191 mil). Em relação ao patamar de um ano antes, as atividades com perdas foram a agricultura (-582 mil trabalhadores) e o comércio (-2 mil vagas). Os demais setores contrataram: indústria (299 mil), serviços domésticos (58 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (591 mil trabalhadores a mais), alojamento e alimentação (83 mil), construção (130 mil pessoas), outros serviços (166 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (788 mil) e transporte (404 mil).

A perda de vagas na agropecuária foi importante, tanto na comparação com o trimestre anterior quanto em relação ao mesmo período do ano anterior. O IBGE identificou a influência de queda de população ocupada em lavouras de milho e de café. Milho, principalmente, teve perda importante de pessoal ocupado. A queda na agropecuária foi mais do que compensada pela expansão da ocupação em outras atividades. Entre os destaques positivos, está a geração de vagas em transporte e armazenagem, impulsionada pelo transporte e logística de cargas. Houve expansão significativa também de vagas em serviços profissionais e administrativos, puxada pelo processo de terceirização e alocação de mão de obra em empresas, com recomposição de pessoal de escritório, por exemplo. Para a Rio Bravo, a mensagem principal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referente ao trimestre móvel encerrado em janeiro é que o mercado de trabalho continua forte, embora os dados também corroborem a expectativa de desaceleração gradual.

Destaque para o crescimento tanto da força de trabalho, quanto da população ocupada, mas a segunda cresceu em ritmo mais rápido. O período mostrou um crescimento relevante de vagas. As taxas de subutilização e de rendimentos seguem em recuperação, quase fechando a diferença em relação ao período pré-pandemia. Em relação à subutilização, a medida também está baixa em relação à série histórica. Os números do mercado de trabalho fomentam duas preocupações. A primeira é se o nível da taxa neutra de desemprego, estimado entre 9,5% e 10%, pode ter mudado em razão dos efeitos da reforma trabalhista. A segunda, sobre a dinâmica entre o mercado de trabalho e a inflação. A questão é se terá repercussão para a inflação. Os indicadores têm andado juntos: o mercado de trabalho forte e a desaceleração da inflação, sem gerar grandes problemas, mas na teoria tradicional eles deveriam se “atrapalhar” em algum momento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.