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01/Mar/2024

Dólar fechou o mês de fevereiro acumulando alta

O dólar fechou esta quinta-feira (29/02) praticamente estável ante o Real, numa sessão marcada pela disputa entre investidores para formação da Ptax de fim de mês e por dados de inflação dentro do esperado nos Estados Unidos, que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode começar a cortar juros em junho. O dólar fechou a R$ 4,97, em leve alta de 0,01%. Em fevereiro, a moeda norte-americana acumulou elevação de 0,67%. O dólar apresentou maior volatilidade na primeira metade da sessão, com a disputa pela Ptax (uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista e que serve de referência para a liquidação de contratos futuros).

No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa). Investidores que estavam comprados no mercado futuro forçaram o dólar até uma máxima de R$ 4,99 (+0,57%) às 10h03, horário dentro do período da primeira coleta de cotações, pelo Banco Central, para cálculo da Ptax. Os comprados também foram favorecidos pelo fato de alguns agentes estarem comprando dólares, para proteção, antes da divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos, às 10h30.

Quando os números norte-americanos saíram, o cenário mudou. O Departamento de Comércio dos Estados Unidos informou que o índice PCE subiu 0,3% em janeiro e que o número de dezembro foi revisado para baixo, mostrando aumento de 0,1%, em vez do 0,2% informado anteriormente. Nos 12 meses até janeiro, a inflação do PCE foi de 2,4%. Esse foi o menor aumento anual desde fevereiro de 2021 e seguiu-se a um avanço de 2,6% em dezembro. Os números foram bem recebidos por estarem dentro das projeções dos economistas. Profissionais previam que o índice PCE subiria exatamente 0,3% em janeiro e 2,4% em base anual.

Como não houve surpresas inflacionárias no PCE, o mercado avaliou que aumentaram as chances de o Fed iniciar o processo de corte de juros em junho, o que imediatamente pesou sobre as taxas dos títulos norte-americanos e, em paralelo, sobre o dólar ante as demais divisas. No Brasil, o dólar chegou a saltar para o território negativo, marcando a mínima de R$ 4,96 (-0,18%). Segundo a One Investimentos, o dólar se manteve em alta até sair o PCE, que veio em linha com o esperado. O dado mostrou que a inflação está dentro do que se espera nos Estados Unidos e que pode não haver um novo adiamento do corte de juros pelo Fed. À tarde, definida a Ptax (em R$ 4,98 para venda), o efeito da disputa entre comprados e vendidos desapareceu e o dólar passou a oscilar muito próximo da estabilidade.

Isso ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar recuperar parte da força do início da sessão e sustentar ganhos ante uma cesta de moedas fortes. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,19%, a 104,130. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$ 2,317 bilhões em fevereiro até o dia 23. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de US$ 4,231 bilhões e, pelo comercial, entradas de US$ 1,914 bilhão. O Banco Central vendeu todos os 16.900 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.