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05/Mar/2024

Brasil tem a maior dívida púbica entre emergentes

De acordo com estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS), conhecido como o "banco central dos bancos centrais", a dívida pública do Brasil em moeda local versus o Produto Interno Bruto (PIB) era de 77,10% em 2022, a maior proporção entre os países emergentes. Só fica atrás de países ricos como os Estados Unidos (91,67%), a França (88,78%) e a Grã-Bretanha (85,01%), que detêm rating mais elevado e não enfrentam problemas de financiamento. O estudo mostra ainda que o peso da dívida brasileira é praticamente o dobro de economias como a do México, de 34,03% em 2022, um de seus principais concorrentes na disputa pela atração de capital estrangeiro e que tem se beneficiado do comércio entre nações vizinhas, o chamado 'nearshoring'.

E supera o de países desenvolvidos como o Canadá (65,37%), e de outros emergentes, tais como Malásia (57,28%) e Moçambique (55,16%). Apesar disso, as economias emergentes tiveram um desempenho muito bom em relação às desenvolvidas nos últimos anos, quando os mercados financeiros foram desafiados pela pandemia e o salto da inflação, que levou à uma subida de juros sem precedentes. Isso vale tanto sob a ótica do câmbio quanto de crescimento. Portanto, isso é motivo para algum otimismo, embora, certamente, não para complacência. Um dos desenvolvimentos positivos nas últimas décadas foi o fato de os mercados emergentes terem conseguido obter empréstimos em suas próprias moedas, o que lhes deu bastante flexibilidade do lado da política fiscal.

Mas, isso foi usado de forma conversadora, considerando a situação das contas públicas desses países, o que inclui o Brasil. Caso contrário, os mercados de títulos soberanos poderiam estar sob estresse. O mercado de dívida dos emergentes cresceu e amadureceu nos últimos anos. Mercados de dívida pública líquidos e resilientes são fundamentais para garantir o bom funcionamento do sistema financeiro. Isto é especialmente verdade nas economias emergentes, onde o funcionamento do mercado pode ser facilmente afetado por disrupções. O amadurecimento destes mercados facilitou a atuação dos estrangeiros nas economias emergentes nos últimos anos, mas também a base de investidores locais se aprofundou. Porém, os mercados de bonds soberanos nesses países tendem a ser menos líquidos do que os avançados, e a liquidez demora mais tempo a voltar aos patamares "normais" após uma perturbação.

Nesse quesito, o Brasil figura entre os dez maiores, na oitava colocação. Mercados menos líquidos tendem a propagar choques adversos mais rapidamente. Dentre as razões que contribuem para uma menor liquidez, estão a base de investidores e a falta de proteção cambial. Esse é exatamente um dos focos do novo plano do governo para incentivar o hedge cambial de longo prazo voltado para projetos verdes, lançado pelo Brasil, na semana passada. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a falta de proteção cambial de prazos mais longos é um dos fatores que afeta a liquidez do País e acaba inibindo parte dos investidores estrangeiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.