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06/Mar/2024

Dólar em alta com cautela antes de dados dos EUA

O dólar subiu frente ao Real nesta terça-feira (05/03), com a cautela de investidores antes de um importante relatório de empregos norte-americano e de falas do chair do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, compensando dados de serviços mais fracos do que o esperado nos Estados Unidos. A divisa norte-americana fechou em alta de 0,14%, a R$ 4,95, recuperando fôlego depois de ter chegado a cair mais cedo. O dólar atingiu a mínima de R$ 4,94, minutos depois da divulgação de dados que mostraram que o crescimento do setor de serviços dos Estados Unidos desacelerou um pouco em fevereiro, abrandamento que poderia jogar a favor de cortes de juros mais cedo do que o esperado no país. O nível, no entanto, não se sustentou. Segundo a Fair Corretora, ninguém sai vendendo dólar rapidamente porque, de repente, pode ter surpresa no emprego, ou algo mais agressivo na fala do Powell, então é modo de espera.

Powell dará depoimento a parlamentares nesta quarta-feira (06/03) e na quinta-feira (07/03), falas que virão após moderação recente nas apostas de mercado sobre cortes de juros. Enquanto isso, a expectativa é de que o relatório de empregos do governo dos Estados Unidos, a ser publicado na sexta-feira (08/03), mostre abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro. Qualquer surpresa para cima deve levar a novos adiamentos nas apostas de mercado sobre o momento do primeiro corte de juros do Fed. O relatório de empregos deve ter maior impacto no mercado do que os discursos de Powell, uma vez que o chair do Fed não deve ser muito incisivo diante da série de dados que ainda será divulgada antes do próximo encontro de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc).

A manutenção dos juros em patamar elevado por mais tempo pelo Fed torna menos atraente o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, um dos fatores que mais impulsionou os ganhos do real em 2022 e 2023. Um diferencial maior torna a moeda brasileira mais interessante para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de juros baixos e aplicação desse dinheiro em mercado mais rentável, de forma que se lucra com a diferença de taxas. Apesar do recente pessimismo quando ao afrouxamento do Fed, o Citi afirmou que o ambiente global permanece favorável para cesta de compras nos mercados emergentes, e o banco continua a negociar ativos de alto rendimento da América Latina no lado comprado. Participantes do mercado também citaram a decepção com a falta de novos anúncios de estímulo na China em um evento importante do governo como outra explicação para a alta do dólar. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.