07/Mar/2024
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê mais de R$ 100 bilhões de investimentos até 2029, no maior ciclo de investimento do setor na história. Essa conta, que poderia soar inicialmente como um exagero, ficará até conservadora a depender do valor a ser anunciado pela Stellantis. Dono de marcas como Fiat, número um em vendas no Brasil, Jeep, Peugeot e Citroën, o grupo já prometeu realizar o maior investimento da indústria. Se for assim, os investimentos programados pelas montadoras vão passar já da casa dos R$ 90 bilhões. Alvo de críticas em seu lançamento, o programa federal de apoio à indústria automotiva colhe, dois meses depois, os investimentos prometidos pelas montadoras na negociação do plano. Mesmo sem colocar na conta o anúncio da Stellantis, que promete ser o maior de todos, o governo já conta, e celebra, mais de R$ 65 bilhões a serem desembolsados no País por dez fabricantes.
Esses recursos são, em sua maior parte, a contrapartida ao Mover, acrônimo de Mobilidade Verde, como foi batizado o programa que até 2028 vai liberar R$ 19,3 bilhões para as montadoras produzirem carros que sejam mais seguros e poluam menos. No caso da Stellantis, os investimentos são fruto não apenas do Mover, mas também da prorrogação dos incentivos regionais, que beneficiam sua fábrica em Pernambuco. Em novembro, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), disse que a manutenção dos incentivos, conquistada pela Stellantis após uma queda de braço com Volkswagen, GM e Toyota na tramitação da reforma tributária, assegurava pelo menos US$ 1,5 bilhão, ou R$ 7,4 bilhões pela cotação atual, apenas na operação da Stellantis em Goiana, na região norte de Pernambuco. O objetivo do governo com o Mover é dar um empurrão numa corrida na qual o Brasil está atrasado: a eletrificação. Cada vez mais, a partir de agora, o motor elétrico vai fazer par com o propulsor movido à gasolina ou etanol.
Previsões de consultorias como a A&M e a Bright Consulting indicam que até o fim desta década metade dos automóveis vendidos no Brasil terá algum grau de eletrificação: do carro puramente elétrico, cuja adoção tende a ser mais lenta, aos mild-hybrids, ou híbridos leves, que devem ser a maioria na primeira etapa de transição tecnológica. Na indústria, contudo, ainda há uma avaliação de que será difícil alcançar essa marca. A Toyota confirmou R$ 11 bilhões em investimentos no Brasil. Antes da montadora japonesa, investimentos também bilionários foram anunciados para até 2028 por Volkswagen (R$ 16 bilhões), General Motors (R$ 7 bilhões) e Hyundai (R$ 5,45 bilhões), assim como por Renault (R$ 5,1 bilhões), Caoa (R$ 4,5 bilhões) e Nissan (R$ 2,8 bilhões), que ampliaram seus ciclos de investimento no fim do ano passado. Além dessas montadoras, as chinesas BYD e GWM vão investir, respectivamente, R$ 3 bilhões e R$ 10 bilhões para montar carros híbridos e elétricos em fábricas adquiridas de marcas que desistiram de produzir automóveis no Brasil: Ford e Mercedes-Benz. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.