07/Mar/2024
O desembolso de recursos subsidiados no primeiro semestre do Plano Safra 2023/2024 para médios e grandes produtores somou R$ 49,4 bilhões. O montante representa 96% dos R$ 50,2 bilhões previstos para o período pelos 21 bancos e cooperativas que operam com crédito rural equalizável. Para o Ministério da Fazenda, a aplicação de recursos equalizados está positiva. O valor também representa 56% do total programado para desembolso até o fim da temporada, em junho deste ano. No caso da agricultura familiar, os 14 agentes financeiros que operam com o Pronaf informaram previamente que programavam aplicar R$ 11,8 bilhões no primeiro semestre da safra 2023/2024, mas já bateram e meta e chegaram a 140% do previsto, com desembolso de R$ 16,6 bilhões. O montante representa 45% do total disponível para o ciclo. Na soma dos planos para a agricultura familiar e empresarial, a aplicação de recursos está em 105% da programação prevista para os seis primeiros meses.
Os valores já liberados correspondem a 53% do total disponibilizado até junho deste ano (R$ 125 bilhões). Das 21 instituições financeiras que receberam volumes equalizáveis neste Plano Safra, apenas quatro tiveram desempenho abaixo de 91% do previsto para o semestre: Desenbahia (52%), Sicredi (53%), BRB (79%) e Bradesco (2%). O desempenho está sendo bem positivo no conjunto dos programas. Onze dos 21 agentes estão com aplicações acima de 52% do total programado para toda a safra. A regra da trimestralidade permite ver isso. As devoluções de valores disponibilizados no início da safra reduziram os valores equalizados para a temporada. Representantes das instituições financeiras apontam para várias explicações para o movimento. Com o aumento da exigibilidade dos depósitos à vista, alguns agentes passaram a receber recursos obrigatórios de outras entidades, por meio de Depósito Interfinanceiros Vinculados ao Crédito Rural (DIR), e ficaram com excesso de volume para emprestar.
Em outros casos, as instituições receberam limites equalizáveis no início da safra para aplicar em linhas com juros mais altos, como aquelas destinados aos grandes produtores, de 12% ao ano. Com a queda da Selic ao longo do segundo semestre de 2023, a captação de recursos para os financiamentos via poupança rural caiu e possibilitou a concessão de crédito mais barato sem a subvenção. O diretor de uma instituição atuante no Plano Safra elogiou as medidas adotadas recentemente pelo governo para controlar a aplicação da equalização por trimestre. Apesar das dificuldades de alguns agentes, não há “empoçamento”, pois os recursos podem ser devolvidos e redirecionados. O mecanismo também “democratizou” o acesso aos valores repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que se esgotavam rapidamente em outras safras. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.