21/Mar/2024
A gestora de recursos Verde Asset classificou a situação fiscal do Brasil como `muito ruim', mas, apesar disso, a economia local está em um caminho melhor devido a um conjunto de outros fatores. A situação fiscal é muito ruim pelo que aconteceu nos últimos três anos. O teto de gastos foi destruído, em parte, por Bolsonaro, em parte, por Lula. O governo deixou de arrecadar em torno de R$ 40 bilhões depois de zerar a Cide dos combustíveis no governo anterior, medida que foi mantida pelo atual governo. Em termos de gastos, o volume de dispêndios está quase R$ 300 bilhões acima do teto extinto. A maior parte do gasto decorreu da elevação do Bolsa Família, entre outros pontos, como o pagamento obrigatório de precatórios. Mas, há boas notícias.
O volume de arrecadação tem crescido por conta de um desempenho do PIB acima do originalmente esperado. Para este ano, a expectativa é de que o crescimento do PIB surpreenda positivamente. A Verde Asset estima PIB de no mínimo 2,5%, eventualmente sendo maior que isso. As reformas estruturais feitas desde o governo de Michel Temer ampliaram o PIB potencial em cerca de 2,2%. Isso é uma boa notícia. Poderíamos crescer mais, teoricamente, sem subir Selic. As reformas ajudaram a fazer a taxa de equilíbrio para a situação de desemprego baixar de 7,5% para cerca de 7%. De fato, o Brasil está em um caminho melhor. Apesar do fiscal ruim, o País tem uma parte cambial muito boa, como a balança comercial favorável e o fato de o Brasil ser credor em dólar, não devedor. A Verde Asset avalia que a meta de inflação de 3% para o País nos próximos anos é irrealista.
Ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu manter as metas de inflação até 2026 no patamar de 3%. A medida foi uma vitória do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas causou surpresa, pois é extremamente otimista e irrealista, já que há um processo de expansão de gastos e oferta de crédito na cartilha do governo Lula, com potencial de impacto no comportamento da inflação. É muito difícil ter inflação estrutural menor que 4% a 4,5%. Ano que vem, a inflação deverá beirar os 4%. A tendência é a inflação ficar acima do centro da meta, mas dentro da banda de tolerância, o que é algo positivo dado o histórico de inflação alta do País. É uma conquista muito grande. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.