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25/Mar/2024

IBGE: dados da escolarização de jovens e adultos

De acordo com números divulgados na sexta-feira (22/03), na Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD) Educação, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), praticamente 20% dos brasileiros entre 15 e 29 anos de idade não estavam estudando nem trabalhando em 2023, um total de 9,6 milhões de pessoas. O percentual dos chamados "nem-nem" é o menor dos últimos cinco anos. Em 2019, a proporção dos jovens que não tinham ocupação formal era de 22,4%. O número de brasileiros nesta faixa etária é de 48,5 milhões. Deste total, 15,3% estavam ocupados e estudando, 25,5% estavam estudando, porém, não trabalhando e 39,4% estavam trabalhando, mas não estudavam, enquanto 19,8% não faziam nenhuma das duas coisas. A principal razão para o percentual de pessoas que não trabalham nem estudam ter caído nos últimos cinco anos foi a demanda do mercado de trabalho, e não a maior busca pela educação.

As pessoas de 18 a 24 anos de idade são aquelas que idealmente estariam frequentando o ensino superior, caso completassem a educação escolar básica na idade adequada. Contudo, o atraso e a evasão escolar estão presentes tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Consequentemente, muitos jovens entre 18 e 24 anos já não frequentam mais a escola e alguns ainda frequentam as etapas da educação básica obrigatória. Em 2023, a taxa de escolarização das pessoas de 18 a 24 anos, independentemente do curso frequentado, foi de 30,5%, percentual próximo ao registrado em 2022. Uma parcela de 21,6% dos jovens nesta faixa etária frequentava cursos da educação superior e 8,9% estavam atrasados, frequentando algum dos cursos da educação básica. Já 4,3% haviam completado o ensino superior e 65,2% não frequentavam escola. Levando-se em consideração o grupo de jovens de 14 a 29 anos do País, 9,0 milhões não completaram o ensino médio, seja por terem abandonado a escola antes do término desta etapa ou por nunca a terem frequentado.

Desses, 58,1% eram homens e 41,9% eram mulheres. Considerando-se cor ou raça, 27,4% eram brancos e 71,6% eram pretos ou pardos. Quando perguntados sobre o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado escola, esses jovens apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário. No Brasil, este contingente chegou a 41,7% em 2023, aumento de 1,5% em comparação a 2022. Para aqueles que responderam que abandonaram por não terem interesse de estudar, embora seja o segundo principal motivo, este tem apresentado queda sequencial nos três anos investigados pela pesquisa, chegando a 23,5% em 2023. Para o principal motivo apontado ser a necessidade de trabalhar, ressaltam-se os homens, com 53,4%, seguido de não ter interesse de estudar (25,5%). Para as mulheres, o principal motivo foi também a necessidade de trabalhar (25,5%), seguido de gravidez (23,1%) e não ter interesse em estudar (20,7%).

Além disso, 9,5% das mulheres indicaram realizar afazeres domésticos ou cuidar de pessoas como o principal motivo de terem abandonado ou nunca frequentado escola, enquanto para homens, este percentual foi inexpressivo (0,8%). Uma outra questão importante é a questão do financiamento do ensino. Em 2023, a rede pública atendia 77,5% dos alunos da creche e pré-escola; 82,3% dos estudantes do ensino fundamental regular; e 87,0% do ensino médio regular. Por outro lado, a rede privada responde pela maior parte dos estudantes em cursos de ensino superior, especialização, mestrado e doutorado. Em 2023, 73,9% dos estudantes de graduação frequentavam uma instituição de ensino privada. Embora os níveis educacionais do Brasil venham melhorando ano após ano, o País contava ainda, em 2023, com 9,3 milhões de analfabetos, ou 5,4% da população, uma redução de 0,2% em relação ao ano anterior, o que equivale a 232 mil pessoas. O problema está diretamente associado à faixa etária e à raça.

Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Em 2023, eram 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, o que equivale a uma taxa de analfabetismo de 15,4% para esse grupo etário, quase três vezes mais do que a da população em geral. O analfabetismo hoje, no Brasil, está concentrado entre as pessoas mais idosas. Os idosos ou não frequentaram a escola ou tiveram um aprendizado muito precário e, por isso, carregam essa condição de analfabetos ao longo da vida. A população mais jovem está muito mais escolarizada. No recorte por cor ou raça, revela-se também uma grande diferença entre as taxas das pessoas brancas e das pretas ou pardas. No ano passado, 3,2% das pessoas brancas eram analfabetas, contra 7,1% para as pessoas pretas ou pardas, mais que o dobro. Quando os pesquisadores sobrepõem as questões etária e racial, o problema fica ainda mais grave: a taxa de analfabetismo dos brancos de 60 anos ou mais é de 8,6%, e entre os negros ela quase triplica, chegando a 22,7%.

Na divisão por gênero, os números são mais parecidos: 5,2% para as mulheres e 5,7% para os homens. De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), a redução do analfabetismo na população em geral deveria alcançar 6,5% em 2015 e a erradicação total até o fim de 2024. A meta intermediária foi alcançada em 2017. A média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade, em 2023, foi 9,9 anos. De 2022 a 2023, essa média ficou estável. Entre as mulheres, o número médio de anos de estudo foi de 10,1 anos, enquanto para os homens, 9,7 anos. Com relação à cor ou raça, mais uma vez, a diferença foi considerável, registrando-se 10,8 anos de estudo para as pessoas de cor branca e 9,2 anos para as de cor preta ou parda, ou seja, uma diferença de 1,6 ano entre esses grupos, que caiu pouco desde 2016, quando era de dois anos. Entre as crianças de 0 a 3 anos, a taxa de escolarização foi de 38,7%, o equivalente a 4,4 milhões de estudantes.

Comparado ao ano de 2022, a taxa de escolarização das crianças de 0 a 3 anos apresentou a variação mais expressiva: 2,7%; frente a 2016, a expansão foi de 8,4%. Entre as crianças de 4 a 5 anos, a taxa subiu de 91,5% em 2022 para 92,9% em 2023, totalizando 5,8 milhões de crianças. Na faixa de idade de 6 a 14 anos, a universalização, desde 2016, já estava praticamente alcançada, mantendo-se em 99,4% das pessoas na escola em 2023, mesmo porcentual de 2022. A taxa de escolarização entre os jovens de 15 a 17 anos em 2023 foi de 91,9%. Entre as pessoas de 18 a 24 anos e aquelas com 25 anos ou mais, 30,5% e 5,0% estavam frequentando escola, respectivamente. As pessoas de 18 a 24 anos de idade são aquelas que idealmente estariam frequentando o ensino superior, caso completassem a educação escolar básica na idade adequada. Contudo, o atraso e a evasão escolar estão presentes tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. Consequentemente, muitos jovens entre 18 e 24 anos já não frequentam mais a escola e alguns ainda frequentam as etapas da educação básica obrigatória. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.