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05/Apr/2024

Brasil quer ampliar comércio com a América do Sul

Segundo a ApexBrasil, com a crise econômica na Argentina, o Brasil pretende diversificar o comércio exterior com outros países vizinhos. O próximo foco será a Colômbia. Em duas semanas, haverá uma missão empresarial com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em maio, uma comitiva deverá desembarcar no Chile. A Colômbia hoje tem um PIB enorme e está crescendo. Se continuar crescendo, deve mudar um pouco a geografia econômica do Brasil. A intenção do governo é obter encontros de impacto no exterior, como foi a recepção ao presidente francês, Emmanuel Macron, no Brasil mês passado. Macron trouxe 80 empresários, o que é muito significativo. Também houve uma rodada anterior encabeçada pelo presidente da Espanha, Pedro Sánchez. O presidente Lula quer ter um encontro empresarial que traga alguns resultados no comércio do Brasil com a Colômbia. É o nono evento do tipo que está sendo feito fora do Brasil.

Na lista de projeções para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2024, o México aparece com uma taxa de 2,1%; a Colômbia, de 2,0%; o Chile, de 1,6%; e o Brasil, de 1,5%. No fim do 2023, os PIBs desses países eram de aproximadamente, pela ordem, US$ 1,8 trilhão, US$ 360 bilhões, US$ 340 bilhões e US$ 2 trilhões. O PIB da Argentina está na casa de US$ 620 bilhões e dificilmente terá sua importância totalmente ocupada por outro país da América do Sul. A Argentina é insubstituível do ponto de vista do comércio. Pelas características, pela história e pela economia que é. O problema é que agora tem concorrência na relação do Brasil com a Colômbia, na relação com o Chile e na relação com o Peru, que tende a crescer. Além da Venezuela, que está retomando agora. Se tudo correr bem, haverá um crescimento grande do fluxo de comércio com a Venezuela. Dificilmente a Colômbia poderia substituir a Argentina nesse fluxo comercial, mas é um país em crescimento e considerado estratégico.

De olho no desempenho promissor da Colômbia, a Apex chegará ao país na comitiva de Lula com cerca de 100 empresários. Foram identificadas mais de 1.500 oportunidades de negócios em setores como o de máquinas e equipamentos, transportes, artigos manufaturados. Dos 52 projetos com setores econômicos da Apex, 23 têm conexões com o mercado colombiano. Não se trata necessariamente de uma troca. É preciso separar política dos negócios, e o Brasil precisa que a Argentina volte à boa, porque é o melhor comprador do Brasil. Infelizmente, há uma drástica queda do fluxo comercial entre os países. A Argentina precisa seguir sendo um mercado estratégico para o Brasil. O sucesso no comércio poderá fazer o governo da Argentina entender que 'negócios à parte', em menção ao presidente Javier Milei. A determinação do presidente Lula é de intensificar a relação comercial com os vizinhos. O Brasil ganha muito dinheiro com seus vizinhos e precisa também ser mais generoso, como quer o presidente Lula. O modelo a ser seguido deve ser semelhante ao que a China faz em relação a sua região geográfica.

É preciso facilitar a abertura de mercado para os produtos vizinhos para que possam se sentir mais acolhidos pelo Brasil. A Venezuela já teve fluxo com o Brasil de quase US$ 7 bilhões. Foi para R$ 300 milhões. Agora está crescendo. Então, novamente, ‘negócios à parte’. Ainda que haja um olhar atento à região, o governo não quer perder a possibilidade de se inserir mais profundamente em outras áreas do mercado internacional. Por isso, a Apex lançará três mapas listando oportunidades de negócios: um voltado para os Estados Unidos, outro para a China e um terceiro para a Índia. Neste último país, o comércio é pouco relevante ainda para o saldo comercial brasileiro e há oportunidades, não só de ampliação de exportações de óleos vegetais, mas também de novos produtos, como feijão. A Apex também vê potencial no Sudeste Asiático. Está planejando a participação na Expo Universal, em Osaka, no Japão, em 2025, para se aproximar de países como Indonésia, Bangladesh, Vietnã e Tailândia. A Apex deverá abrir escritórios ou unidades de representação em Singapura e Portugal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.