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16/Apr/2024

Dólar avança ao maior valor desde março de 2023

O dólar emplacou nesta segunda-feira (15/04) a quarta sessão consecutiva de alta e encerrou no maior valor ante o Real desde março do ano passado, após dados do varejo dos Estados Unidos reforçarem a perspectiva de juros altos por mais tempo e o mercado receber com pessimismo a redução da meta fiscal brasileira para 2025. O dólar fechou a R$ 5,18, em alta de 1,21%. Este é o maior valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 27 de março de 2023, quando encerrou em R$ 5,20. Em abril, a divisa acumula elevação de 3,35%. O dólar oscilou em alta durante praticamente toda sessão. Às 9h01, a divisa marcou a cotação mínima de R$ 5,10 (-0,35%), mas na sequência começou sua escalada, intensificada pela divulgação de mais dados fortes sobre a economia norte-americana.

O Departamento do Comércio dos Estados Unidos informou que as vendas no varejo aumentaram 0,7% em março, acima do 0,3% projetado por economistas. Os dados de fevereiro foram revisados para alta de 0,9%, em vez do 0,6% informado anteriormente. Os números reforçaram a avaliação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) adiará o início do processo de corte de juros, o que fez os rendimentos dos Treasuries avançarem e o dólar subir ante quase todas as demais divisas globais. Internamente, havia ainda o desconforto com as notícias de que o governo Lula reduzirá a meta fiscal para 2025 de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para resultado primário zero. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a meta zero para o próximo ano, o que foi mal-recebido pelo mercado. Conforme a Commcor DTVM, vieram os dados do varejo norte-americano, mais uma vez comprovando a força da economia dos Estados Unidos.

Isso se juntou à cena geopolítica mais delicada, em referência aos receios de um conflito mais amplo no Oriente Médio, após o Irã atacar Israel no fim de semana. Localmente, a redução da meta fiscal de 2025 completou o cenário de ‘tempestade perfeita’ para o Real. O dólar marcou a máxima de R$ 5,20 (+1,71%), em meio ao mal-estar dos investidores com a mudança na meta fiscal. Haddad também classificou o cenário global como desafiador e citou que o dólar está próximo dos R$ 5,20, mas que deve voltar ao normal. Em evento em Nova York, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou que existe atualmente um movimento de reprecificação global. Segundo ele, por ser uma moeda mais líquida, o Real também é afetado mais rapidamente pela reprecificação. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,25%, O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.