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22/Apr/2024

Itaú reforça o crédito para agricultura regenerativa

O Itaú BBA acertou sua primeira operação de financiamento de cultivos de cobertura, a quinta linha que o banco desenvolveu para promover práticas sustentáveis no campo. A operação, feita via emissão de Cédula do Produtor Rural (CPR), assegurou à fazenda que o Grupo Roncador tem em Querência (MT), R$ 80 milhões com taxas abaixo das linhas comerciais. Com essa nova linha, o banco espera alcançar sua meta de, até o fim do ano, financiar R$ 1 bilhão em práticas sustentáveis no agronegócio com custos reduzidos. Considerado uma das principais técnicas de manejo da agricultura regenerativa, o cultivo de cobertura garante que o solo esteja sempre coberto, mesmo na entressafra de grãos. A prática é uma prevenção contra a erosão e mantém a umidade e a microbiota do solo, o que ajuda a evitar pragas, mantém o solo fértil e diminui a necessidade de uso de defensivos químicos.

Dada a importância da prática e do perfil de seus clientes, o Itaú BBA acredita que a nova linha vai se tornar, já neste ano, o principal instrumento de desembolsos do portfólio de soluções sustentáveis do banco. Para ter acesso à linha, o único pré-requisito é que o produtor utilize planta de cobertura em ao menos 25% da área financiada. Uma empresa terceirizada analisa a área por meio de imagens de satélite e verifica o cumprimento da obrigação. Até então, o banco oferecia quatro linhas de crédito “verde” para o campo, uma para a comercialização de bioinsumos, uma para o uso de bioinsumos, uma para certificações e outra para energia solar em fazendas. Desde o início do ano, o Itaú BBA já concedeu R$ 350 milhões em operações que integram essas quatro linhas, principalmente para os bioinsumos, todas com taxas inferiores às linhas de mercado.

O ritmo da demanda por esse crédito surpreendeu o próprio banco, que inicialmente tinha meta de conceder R$ 500 milhões em crédito para essas soluções. A meta para 2024 é o dobro da anterior. A cultura de cobertura pode ser rentável ou não, mas ajuda as culturas principais a serem mais produtivas. Na fazenda do Grupo Roncador em Mato Grosso, a cultura escolhida para a entressafra dos grãos é a braquiária, que serve como pasto e faz parte da solução de integração entre lavoura e pecuária, prática que se estende por toda a área da propriedade. Para o plantio da gramínea, usa-se um avião, que lança as sementes no solo em períodos em que a colheita da soja ou do milho ainda não ocorreu. Assim, quando as colheitadeiras de grãos passam, a braquiária está começando a germinar. As soluções regenerativas também estão fazendo a diferença contra os efeitos da quebra de safra deste ano.

Nas lavouras de soja da fazenda onde há menos práticas regenerativas, a produtividade está em 53 sacas de 60 Kg por hectare, bem abaixo da meta inicial, de 66 sacas de 60 Kg por hectare. Porém, nas áreas onde o manejo regenerativo está mais presente, a produtividade da colheita deste ano aproximou-se da meta, alcançando 65 sacas de 60 Kg por hectare. Ao mesmo tempo, o uso de defensivos químicos nessas áreas é 40% menor do que nas outras do próprio grupo, o que assegura também a redução de custos. São as áreas de “soja inteligente”. Com mais produtividade e eficiência de custos, a agricultura regenerativa também reduz riscos para os financiadores. Cobrar juros menores tem a ver com ter clientes mais resilientes. Para um cliente que tem uma frustração de produção, a chance de ter um ‘downgrade’ do rating aumenta”. Além disso, continua ele, o financiamento a práticas regenerativas garante ao modelo uma viabilidade econômica que permite ao banco apostar no ganho de escala da linha. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.