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22/Apr/2024

Renda domiciliar per capita avança em 2023 no País

De acordo com a “Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2023 - Rendimento de todas as fontes”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (19/04), as famílias brasileiras conseguiram em 2023 ultrapassar o patamar de renda perdido durante o período de Covid-19 e registrar um novo recorde. Com a retomada da economia e os programas de transferência de renda, a massa de renda domiciliar per capita do brasileiro foi a maior da série histórica e ultrapassou em R$ 49 bilhões o nível registrado em 2019, antes da pandemia. A massa de rendimento mensal real domiciliar per capita (soma de toda a remuneração das famílias, do trabalho, de fontes formais e informais, incluindo apoios pagos pelo governo, como bolsas e aposentadoria) totalizou R$ 398,3 bilhões, o que corresponde a aumento de 12,2% frente ao ano anterior e de 9,1% na comparação com 2019.

Em todas as grandes regiões, observou-se a expansão do percentual da população com alguma fonte de rendimento, sendo que a Região Sul apresentou a melhor estimativa de todos os anos da série (68,8%), e as Regiões Norte e Nordeste, os menores (57,8%). Tanto pelo trabalho como por outras fontes de renda, 64,9% da população, ou cerca de 140 milhões de pessoas, tinha algum rendimento no ano passado, contra 62,6% em 2022, de uma população total de 215,6 milhões. A ocupação por trabalho subiu para 46% em 2023, contra 44,5% em 2022 e 44,3% em 2019. Também o rendimento por outras fontes avançou no ano passado, para 26%, depois de registrar 24,4% no ano anterior e 23,6% em 2019. Nos dois casos, o rendimento superou o patamar anterior à pandemia.

São consideradas outras fontes, como aposentadoria, pensões, aluguel, arrendamento, programas sociais, aplicações financeiras, entre outras. Houve crescimento tanto no trabalho como em outras fontes. Já se observa um percentual acima do que ocorreu em 2019, ano que antecedeu a pandemia. O destaque de rendimento por outras fontes são as aposentadorias e pensões, somando 13,4% do total, seguidas por “outros rendimentos”, onde se incluem os programas sociais, com 10,1% em 2023, contra 8,9% em 2022 e 7,8% em 2019. As Regiões Norte e Nordeste foram as que registraram maior proporção de pessoas com outros rendimentos, onde se incluem os programas sociais, superando a aposentadoria e pensões. Nas demais regiões, as aposentadorias e pensões superam com vantagem o rendimento por programas sociais.

A proporção de domicílios do País com algum beneficiário do programa Bolsa Família saltou de 16,9% em 2022 para 19,0% em 2023, recorde da série da pesquisa. Em 2019, esse percentual era de 14,3%. Entre 2019 e 2023, enquanto o rendimento per capita do grupo de domicílios que recebiam o Bolsa Família cresceu 42,4% (de R$ 446,00 para R$ 635,00), entre aqueles que não recebiam o benefício a variação foi de 8,6% (de R$ 2.051,00 para R$ 2.227,00). Houve um aumento importante em relação a 2022, mas sobretudo em relação a 2019: uma expansão bastante acentuada do rendimento médio do componente 'outros rendimentos', e isso se deve sobretudo ao aumento do maior valor médio do Bolsa Família em 2023. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita também chegou ao maior valor da série histórica da pesquisa: R$ 1.848,00 com alta de 11,5% ante 2022.

Em relação a 2019 (R$ 1.744,00), ano que anteriormente possuía o valor máximo da série histórica, a elevação foi de 6,0%. Os programas sociais do governo fizeram a diferença em 2023 para a camada mais pobre da população. O rendimento médio mensal real per capita dos 40% da população com menores rendimentos cresceu 12,6% de um ano para outro, atingindo o maior valor da série histórica. Mesmo assim, o rendimento dessa camada de brasileiros ainda é baixo. Por dia, em média, o rendimento ficou em R$ 17,50 no ano passado, contra R$ 15,60 em 2022. A maior cifra foi registrada na Região Sul, de R$ 26,00 por dia, enquanto a menor foi na Região Nordeste, de R$ 11,40 por dia. Contribuíram para o aumento de renda o valor maior do programa Bolsa Família ao longo do ano, a melhoria no mercado de trabalho e o aumento real do salário-mínimo.

Além do reajuste do Bolsa Família, houve maior expansão do número de domicílios que receberam o benefício, e uma melhoria no mercado de trabalho, com 4 milhões de pessoas a mais. Por fim, o aumento real do salário-mínimo, que tem um efeito menor, mas impacta também. Levando em conta os valores pagos aos trabalhadores por todas as fontes (trabalho e outros rendimentos), a renda média mensal no Brasil ficou em R$ 2.846,00 crescimento de 7,5% em relação a 2022, e de 0,4% contra 2019, se aproximando do valor máximo da série histórica, em 2014, de R$ 2.850,00. Levando em conta apenas a remuneração por trabalho, sem outras fontes, o rendimento médio em 2023 chegou a R$ 2.979,00, 7,2% a mais do que em 2022 e 1,8% se comparado a 2019.

Considerando apenas o pagamento de outras fontes, o valor médio do rendimento mensal do brasileiro subiu 6,1% em 2023 contra 2022, para R$ 1.837,00, mas caiu 2,9% em relação ao período pré-pandemia, quando registrou R$ 1.892,00. Ao abrir os componentes das outras fontes de pagamento (aposentadoria e pensão; aluguel e arrendamento; pensão alimentícia, doação e mesada de não morador; e outros rendimentos mensais, onde se incluem os programas sociais do governo), o crescimento desse último item em relação a 2022 foi de 11,4%, para R$ 947,00 e na comparação com 2019 a alta chegou a 26,8%. Em 2023, o componente outros rendimentos atingiu o maior valor da série histórica.

Houve um aumento significativo tanto em relação a 2023, como em relação a 2019. Isso se deve, sobretudo, ao maior valor médio do Bolsa Família no ano passado. O valor médio do benefício aumentou em 2022 contra 2021 e voltou a crescer em 2023 Se analisados os rendimentos por regiões, o Nordeste registrou em 2023 o menor valor médio mensal, de R$ 1.885,00 enquanto o Centro-Oeste liderou com R$ 3.335,00. Entre 2022 e 2023, todas as grandes regiões registraram aumento de rendimentos, com a maior elevação ocorrendo na Região Norte, de 9,9%. Na comparação com 2019, apenas as Regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram crescimento, ou seja, as outras regiões não tinham recuperado o rendimento médio das fontes na comparação com o ano que antecedeu a pandemia (2019). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.