26/Apr/2024
Apesar de ter perdido força durante a sessão, o dólar fechou esta quinta-feira (25/04) em alta ante o Real, impulsionado pelos dados piores que o esperado da inflação dos Estados Unidos, que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve promover menos cortes de juros este ano. O dólar fechou a R$ 5,16, em alta de 0,31%. Em abril, a divisa acumula elevação de 2,98%. Os investidores estavam esperando a divulgação, pelo Departamento do Comércio, da primeira prévia do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos para o primeiro trimestre e do índice PCE que acompanha o relatório do PIB, em busca de pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve na política monetária.
Quando os números saíram, às 9h30 (horário de Brasília), os yields dos Treasuries despencaram em um primeiro momento, com a informação de que o PIB cresceu a uma taxa anualizada de 1,6% no primeiro trimestre, abaixo dos 2,4% de crescimento projetados por economistas. Isso fez com que, no Brasil, o dólar também despencasse, marcando às 9h30 a mínima de R$ 5,11 (-0,72%). No minuto seguinte, no entanto, os yields saltaram para o território positivo e passaram a renovar máximas na sessão, o que fez o dólar também ganhar força ante várias divisas, incluindo o Real. Por trás da virada estavam os números ruins de inflação: o núcleo do PCE subiu 3,7% no primeiro trimestre, acima da expectativa de alta de 3,4%.
Segundo a Correparti Corretora, a inflação veio muito ruim, então o dólar reagiu. Após os números de inflação, o dólar registrou o pico de R$ 5,19. Na segunda metade da sessão, porém, os yields perderam força nos Estados Unidos, assim como a moeda norte-americana ante boa parte das demais divisas, o que também colocou o dólar em patamares mais baixos no Brasil. Investidores aguardam agora a divulgação do índice PCE mensal nesta sexta-feira (26/04), dado de preferência do Fed para suas decisões de política monetária. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,22%, a 105,570.
A forte influência do exterior sobre os ativos no Brasil deixou em segundo plano o noticiário interno. O Ministério da Fazenda deu detalhes sobre a proposta de regulamentação da reforma tributária, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que a definição do relator da matéria deve ocorrer ainda esta semana. O Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho. O Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 165 milhões em abril até o dia 19, com saídas líquidas de US$ 8,400 bilhões pelo canal financeiro e entradas de US$ 8,564 bilhões pela via comercial. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.