02/May/2024
A Smartbreeder, plataforma brasileira que fornece informações agronômicas para os produtores rurais, acaba de receber um aporte de US$ 3 milhões do fundo internacional de impacto EcoEnterprises. O fundo investe em empresas que desenvolvem ações socioambientais, como preservação, adaptação às mudanças climáticas, segurança alimentar e apoio às comunidades locais. A companhia vai destinar 50% dos novos recursos aos trabalhos de melhoria da plataforma. Com a outra metade, a empresa dará início a seu projeto de internacionalização, que incluirá países como Estados Unidos, Guatemala, Colômbia e Austrália. A tecnologia da empresa cruza dados de diferentes aplicativos, sensores e satélites para receitar uma “bula digital”, que fornece orientações para melhorar o manejo das lavouras. Com isso, a plataforma apresenta indicações personalizadas de acordo com a necessidade de cada produtor. Na lista de orientações há, por exemplo, informações sobre a hora mais adequada para o plantio, sobre o uso da água e de insumos e sobre como reduzir as emissões de carbono.
A ferramenta utiliza inteligência artificial generativa para “alimentar” a base de informações do robô, que com elas, gera análises customizadas, que auxiliam o produtor no manejo de culturas e em seus esforços de ganho de produtividade. Esses dados são gerados em aplicativos, tecnologias embarcadas nas máquinas agrícolas, e captados por sensores, satélites e mapas. Fundada em 2009 em Piracicaba (SP) e com uma filial em Adamantina (SP), a Smartbreeder quer utilizar os recursos do investimento do EcoEnterprises para consolidar sua presença no segmento sucroenergético. A ferramenta da companhia já está presente em 3 milhões de hectares das principais regiões de produção de cana-de-açúcar do País. Outro objetivo da empresa é passar a atuar em outros segmentos do agronegócio, como as áreas de cultivo de grãos e algodão. Com esse passo, a área potencial de atuação da Smartbreeder passaria a ser de 70 milhões de hectares. Para continuar investindo no aprimoramento da tecnologia, a startup vai trabalhar para atrair recursos de outros fundos.
De 2018 a 2023, a Smartbreeder recebeu R$ 15 milhões de investidores como o Fundo FIMA, criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e administrado pela Inseed Investimentos, gestora que deu origem à KPTL depois de se fundir com a A5 Capital Partners. A companhia investe em pesquisa e desenvolvimento, por ano, 30% do que fatura. Em 2023, a receita da empresa foi de R$ 25 milhões, o que representou um crescimento de 25% em relação ao ano anterior. Os investimentos da startup em pesquisa e desenvolvimento incluem o Smartbreeder Academy, um projeto de capacitação online para clientes. Por meio dessa ação, a empresa firmou uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP) para oferecer um MBA em agro 5.0, que poderá utilizar o banco de dados do qual a Smartbreeder é proprietária. Esses dados funcionam como uma bula eletrônica de recomendação para todo tipo de manejo, mas, para poder aproveitar todo o seu potencial, a empresa conta com a ajuda de pesquisadores e alunos do curso. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.