ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

02/May/2024

Desemprego recua no trimestre encerrado em março

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na terça-feira (30/04) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 7,9% no trimestre encerrado em março. Em igual período de 2023, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,8%. No trimestre encerrado em fevereiro de 2024, a taxa de desocupação estava em 7,8%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.123,00 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 308,3 bilhões no trimestre até março, alta de 6,6% ante igual período do ano anterior. O Brasil perdeu 782 mil vagas no mercado de trabalho no trimestre até março, o primeiro de 2024, ante o último trimestre de 2023. Trata-se de uma queda de 0,8% na ocupação ante o trimestre anterior.

Com isso, a população ocupada somou 100,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março. Em um ano, a alta foi de 2,4% e mais 2,37 milhões de pessoas encontraram uma ocupação desde então. A população desocupada aumentou 6,7% (542 mil pessoas a mais) em um trimestre, totalizando 8,6 milhões de desempregados no trimestre até março. Em um ano houve redução de 8,6% nesse grupo e 808 mil pessoas deixaram o desemprego desde então. A população inativa ou fora da força de trabalho somou 66,9 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, 607 mil a mais do que no trimestre móvel anterior (+0,9%). Na comparação com um ano atrás, houve uma baixa de 0,1%. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) ficou em 57% no trimestre até março, 0,6% abaixo do registrado no trimestre encerrado em dezembro de 2023, e 0,9% acima do nível registrado um ano antes, no trimestre até março de 2023.

O Brasil registrou 3,6 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em março. O resultado significa estabilidade no indicador em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, muito embora a alta dos desalentados no período tenha sido de 4,1%, segundo o quadro sintético da pesquisa. Na comparação com um ano atrás, em relação ao trimestre encerrado em março de 2023, 275 mil pessoas deixaram a situação de desalento, uma queda de 7,1%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. O primeiro trimestre de 2024 mostrou estabilidade no número de vagas com carteira assinada no setor privado, que recebeu somente mais 11 mil pessoas em relação ao quarto trimestre de 2023.

Em um ano, na comparação com o trimestre encerrado em março de 2023, 1,3 milhão de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado (+3,5%). A população trabalhando sem carteira assinada no setor privado totalizou 13,4 milhões, 139 mil a menos que no trimestre anterior, o que representa queda de 1% no período. Em relação ao trimestre até março de 2023, foram abertas 581 mil vagas sem carteira no setor privado (+4,5%). O trabalho por conta própria ficou estável ante o trimestre anterior, com 25,4 milhões nessa condição, uma queda de 209 mil pessoas (-0,8%). Com relação há um ano antes, o resultado significa 208 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes (+0,8%). No trimestre até março, a taxa de informalidade ficou em 38,9% da população ocupada, o que representa 38,9 milhões de trabalhadores informais, quedas ante as taxas de 39,1% do trimestre anterior e de 39,0 % no mesmo trimestre de 2023.

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 5,10% no trimestre até março, ante 5,40% no trimestre até dezembro. Em todo o Brasil, há 5,154 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até dezembro para o trimestre até março, houve um recuo de 281 mil pessoas na população nessa condição. Com isso, o País tem 141 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano. A alta na taxa de desocupação no trimestre encerrado em março, que ficou 7,9%, é um movimento sazonal, ligado à dispensa de trabalhadores temporários tanto no serviço público quanto privado. No trimestre móvel encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego foi de 7,8%. No quarto trimestre de 2023 era de 7,4% e, em igual trimestre do ano passado, de 8,8%.

Parte importante dessa perda de ocupação veio da administração pública, principalmente de setores como Saúde e Educação. Especificamente no segmento da educação, isso aconteceu mais na educação relacionada ao ensino fundamental, onde há contratos temporários, de trabalhadores do setor público sem carteira. Na virada do ano eles são dispensados e, na medida em que se retorna ao ano letivo, há tendência de recontratação desse contingente. Houve contribuição importante do serviço doméstico na perda de ocupação. Embora o setor público e o serviço doméstico tenham se destacado nessa diminuição do número de empregados, teria havido pequenas dispensas em grande parte dos setores do mercado de trabalho, o que contribuiu para o cenário geral mais negativo em março. Essa alta do desemprego na margem se repete todos os anos no primeiro trimestre e não indica uma mudança de tendência do indicador que, no ano, ainda registra queda de 0,9%, preservando um panorama de queda nas comparações anuais.

O quadro sintético da Pnad Contínua mostra que a maior perda absoluta de vagas se deu, de fato, na administração pública, com menos 320 mil vagas ante o quarto trimestre de 2023, queda de 1,8%. Os serviços domésticos vêm logo depois, com uma queda de 2,3% nas vagas, que representa 141 mil trabalhadores a menos nessas funções. Os outros oito setores pesquisados registraram estabilidade estatística, muito embora seis deles tenham apresentado recuo no número absoluto de empregados. No trimestre até março, por exemplo, o setor de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas perdeu 140 mil trabalhadores, recuo de 0,7% ante o quarto trimestre de 2023. Na mesma comparação, a Construção perdeu 72 mil empregados (-1%) e, a Indústria, outros 62 mil funcionários (-0,5%). Os setores que viram o número de empregados subir em março, ante dezembro de 2023, foram os setores de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, que ganhou 96 mil novos empregados (+08%) e Agricultura, pecuária e pesca, cujo universo de funcionários, com mais 12 mil pessoas (+0,2%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.