03/May/2024

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concluiu licitação para contratar por R$ 3,56 milhões empresa israelense que forneceu um programa ao governo federal supostamente usado no governo de Jair Bolsonaro (PL) para espionar adversários ilegalmente. A agência ambiental quer ter em seu poder um programa capaz de rastrear redes sociais de possíveis infratores ambientais. O Ibama poderá monitorar lista de amigos, eventos e locais frequentados pelos alvos a partir do que é publicado nas plataformas. O órgão ambiental diz que seguiu todos os procedimentos legais para contratar a empresa e não violará sigilos telefônicos ou de mensagens privadas.

A Cognyte foi declarada vencedora de uma licitação no Ibama no dia 26 de abril. A empresa é responsável pelo programa FirtsMile, capaz de localizar pessoas através de aparelhos celulares. O software figura no centro de uma investigação da Polícia Federal que apura o uso indevido do sistema por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar políticos, advogados, jornalistas e até mesmo juízes do Supremo Tribunal Federal (STF). A arapongagem ficou conhecida como “Abin paralela”. No Ibama, a Cognyte vai fornecer um software diferente do usado pela “Abin paralela” chamado Orbis.

Esse outro sistema não tem capacidade de geolocalizar as pessoas e serve para monitorar e colher informações sobre potenciais infratores ambientais e produzir relatórios a partir de dados disponíveis na internet, nas redes sociais, na deep web e na dark web, técnica conhecida como Osint. O Ibama assegurou que a contratação do programa seguiu todos os procedimentos legais e destacou que um sistema semelhante ao Orbis já é usado pelo Ministério Público, polícias judiciárias, tribunais de Justiça, entre outros. E ressaltou também que os servidores responsáveis pela ferramenta vão passar por uma análise rigorosa e treinamento prévio para utilizá-la. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.