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06/May/2024

Dólar em baixa em sintonia com movimento externo

O dólar emendou o segundo pregão consecutivo de forte queda no mercado doméstico de câmbio na sexta-feira (03/05), alinhado ao comportamento da moeda no exterior, e fechou no menor nível em mais de 20 dias. Dados abaixo do esperado do relatório de emprego (payroll) norte-americano em abril levaram à ampliação das apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) neste ano, abrindo espaço para a valorização de ativos de risco. O Real exibiu os maiores ganhos entre as moedas emergentes e de países exportadores de commodities mais relevantes, em um movimento técnico de recuperação após as perdas recentes.

Operadores relatam desmonte de posições cambiais defensivas no segmento futuro e possível ingresso de investidores estrangeiros na bolsa brasileira. Tirando uma alta pontual e bem limitada nos primeiros negócios, quando registrou máxima a R$ 5,11, a moeda operou em queda ao longo do restante da sessão. Em sintonia com o comportamento dos Treasuries, tocou mínima a R$ 5,04. No fim do dia, o dólar recuava 0,84%, cotado a R$ 5,06, o menor valor de fechamento desde 9 de abril. A moeda acumula baixa de 2,36% nos dois primeiros pregões de maio, após ter subido 3,53% em abril. A Remessa Online afirma que a leitura abaixo do esperado do payroll é a grande responsável pela nova rodada de queda da moeda norte-americana.

O dólar chegou até a atingir na sexta-feira (03/05) o limite inferior do intervalo de flutuação que estima para a taxa de câmbio, entre R$ 5,05 e R$ 5,15. Dependendo dos resultados dos indicadores que serão divulgados nesta semana, como a taxa de juros no Brasil e a inflação no Brasil e nos Estados Unidos, pode haver uma redução na intensidade das oscilações da moeda norte-americana. Há possibilidade de Banco Central anunciar, nesta quarta-feira (08/05), diminuição do ritmo de cortes da taxa Selic, para 0,25%, o que poderia, em tese, favorecer o Real, ao sugerir manutenção de diferencial entre juro interno e externo ainda atraente aos investidores.

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que a economia norte-americana criou 175 mil empregos em abril, abaixo da mediana de projeções (225 mil). Houve também aumento da taxa de desemprego, de 3,8% para 3,9%, enquanto se esperava manutenção. Os ganhos salariais também foram inferiores às expectativas. A Azimut Brasil Wealth Management afirma que os números divulgados basicamente servem para tranquilizar os mercados, ao mostrar que está em curso uma desaceleração do mercado de trabalho norte-americano. Ressalta-se a diminuição do ritmo de geração de empregos no setor de serviços e sugere menores pressões inflacionárias à frente.

Porém, a cautela precisa ser mantida, pois foi apenas o primeiro dado de criação de emprego que ficou aquém do esperado em vários meses e, fundamentalmente, porque é necessário que esses sinais de desaquecimento se transformem em diminuição das taxas de inflação ao consumidor. Na quarta-feira (1º/05), o presidente do Fed, Jerome Powell, descartou a possibilidade de alta de juros, tese que começava a ser ventilada por uma ala minoritária do mercado, e disse ser "provável" queda da taxa básica ainda em 2024. Monitoramento do CME Group mostrou que as chances de o Federal Reserve cortar juros em setembro subiram de pouco mais de 50% na quinta-feira (02/05) para mais de 70% na sexta-feira (03/05). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.