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08/May/2024

RS: governo monitora os contratos de seguro rural

A equipe do Departamento de Gestão de Risco do Ministério da Agricultura monitora a situação de nove mil contratos de seguro rural de produtores do Rio Grande do Sul feitos para a safra de verão (1ª safra 2023/2024), com subvenção federal, e que, possivelmente, são de áreas onde a colheita de grãos não foi totalmente finalizada até a chegada das chuvas e enchentes da semana passada. As apólices “ativas” abrangem 616,1 mil hectares em 388 municípios do Estado e que podem gerar sinistros. O valor segurado dessas áreas ultrapassa R$ 3,8 bilhões. O prêmio arrecadado com os contratos foi de R$ 298,1 milhões e a subvenção paga pelo governo, de R$ 73,8 milhões. O ministério, no entanto, não tem o detalhamento das áreas que ainda estavam em fase colheita. O levantamento mostra o potencial de produção que pode estar sob risco de sinistralidade.

Os contratos abrangem, majoritariamente, a cultura da soja de plantio mais tardio no Estado, mas ainda não existem informações precisas sobre as lavouras que foram afetadas pelas chuvas, nem o percentual que já havia sido colhido e o potencial de dano nas plantas que ainda estavam em campo. O Departamento de Gestão de Risco da Pasta está em contato direto com as seguradoras orientando-as para que priorizem o atendimento das demandas das regiões afetadas pelos alagamentos. Todas elas estão com as equipes de atendimento, rede de peritos e outros profissionais de pronto aviso para atuar de forma emergencial. O Ministério da Agricultura solicitou para as seguradoras um levantamento dos sinistros acionados pelos produtores no Estado. A área “sob risco” representa quase dois terços do que foi segurado com subvenção federal nesta safra no Estado, mas menos de 10% dos 6,6 milhões de hectares cultivados de soja, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A colheita avançada, com quase 70% das lavouras já colhidas, diminui a previsão de aumento na sinistralidade e no pagamento de indenizações, segundo a Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg). A diminuição na contratação de seguro no Estado, com a saída de seguradoras de lá após fortes perdas do agronegócio com as secas consecutivas, a redução da exposição, com a oferta de produtos mais restritivos, e o aumento de 40% no preço das apólices desde a safra 2021/2022 também amenizam a situação. Outro fator que colabora para essa estimativa é que a Serra Gaúcha, região mais afetada neste ano, não está em época de produção das frutas, como uva. Embora seja uma tragédia humanitária, a percepção é que não terá grandes prejuízos para o seguro agrícola. As indenizações deverão ser pequenas. Mas, pode haver danos maiores em seguros feitos para máquinas e equipamentos agrícolas. O Rio Grande do Sul é o segundo Estado que mais contrata seguro rural, com mais de 22 mil apólices, atrás apenas do Paraná.

Em 2023, a área segurada de produtores do Estado foi de 962,9 mil hectares, mas os números estão em queda. O movimento é reflexo do aumento de preços dos contratos e da diminuição do recurso público para subvenção ao prêmio. Mais de 93% das apólices dos produtores contratadas em 2023 foram para a cobertura da safra de grãos. Na sequência estão o seguro de área florestal (3,41%) e de frutas (3,1%). Apesar da diminuição na área segurada (em 2020 foram 2,5 milhões de hectares), o Estado se destaca pelo alto valor segurado, alcançando a marca de R$ 6,76 bilhões. Em 2024, já foram contratadas 1.130 apólices de seguro rural no Rio Grande do Sul. A área segurada é de 46,6 mil hectares, com valor coberto de R$ 269,3 milhões. A subvenção paga foi de R$ 13 milhões. A principal cultura que contratou a cobertura foi o trigo, com quase metade das apólices e do valor segurado (R$ 148,2 milhões). A uva aparece na sequência, com 407 apólices e R$ 68,1 milhões segurados. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.