10/May/2024

O Banco do Brasil está focado em cobrar créditos atrasados de produtores agrícolas ao longo do segundo trimestre deste ano. A recuperação permitirá que estes produtores tomem novas linhas para o Plano Safra 2024/2025, que deve se iniciar entre junho e julho. O segmento agrícola tem respondido por boa parte das provisões contra a inadimplência do banco, diante do fato de que com a queda dos preços de commodities como a soja, os produtores têm formado estoques à espera de cotações melhores. Com isso, não têm liquidado contratos junto ao banco. No agro, grande parte das provisões diz respeito a operações de custeio. Outra parte do crescimento das provisões vem da carteira de pessoas jurídicas. Há um agravamento de riscos na carteira de micro, pequenas e médias empresas que, em parte, deve ser amortecido em breve. O Rio Grande do Sul corresponde a 6% da carteira de agronegócios do Banco do Brasil, e a 4% da carteira total do banco. O BB ainda não tem uma estimativa sobre o impacto financeiro da calamidade causada pelas enchentes no Estado, mas considera que deve ser pequeno.

Não é o Rio Grande do Sul que deve mexer no índice de cobertura contra a inadimplência. O banco começou a dar e continuará lançando condições especiais aos clientes do Rio Grande do Sul. Há várias iniciativas sendo pensadas para o Estado, principalmente agro e micro e pequenas empresas. A carteira agro do BB tem diversificação geográfica suficiente para mitigar os riscos de eventos localizados. Boa parte da carteira agro tem cobertura por seguros. Ainda é cedo para mensurar os efeitos do evento climático no Rio Grande do Sul sobre o banco. Pode haver impacto nas receitas de serviços e em parte do crédito para o agronegócio, mas será limitado. Existe um impacto em serviços e em colheita não feita, mas há mitigadores. Os bancos e o País precisam estar preparados para eventos como o do Rio Grande do Sul, que serão cada vez mais frequentes. Cerca de 35% das 350 agências do Banco do Brasil no Estado foram impactadas total ou parcialmente pelas enchentes. A medida inicial foi prover a clientela com atendimento remoto.

A Brasilseg, a seguradora em que o banco tem participação através da holding BB Seguros, tem proteção adequada contra eventos como os do Rio Grande do Sul. Líder em seguro rural no País, a Brasilseg vende apólices em conjunto com os contratos de crédito do banco, e tem adaptado condições e coberturas a partir da ocorrência de eventos anteriores. Boa parte da carteira da Brasilseg tem a proteção de resseguros, o que reduz as perdas para a companhia. O Banco do Brasil está buscando clientes relacionados às operações que tem no agronegócio para aumentar o volume de negócios que faz com eles. De acordo com o banco, entre pessoas físicas e pessoas jurídicas, foram identificados 2,5 milhões deles. O banco tem buscado alavancar a concessão de crédito a esses clientes. A lógica do BB é de que esses clientes já são conhecidos, o que reduz os riscos e os custos para conseguir fazer negócios com eles.

Esse mapeamento inclui pessoas físicas e empresas, e foi feito na cadeia de negócios de Governo. A carteira de crédito para o agronegócio deve crescer em linha com o topo das projeções para o ano. O Banco do Brasil desembolsou R$ 200 bilhões em dez meses do Plano Safra 2023/2024, iniciado em julho de 2023. O valor é recorde. Em igual período de 2022/2023, o valor foi de R$ 196,6 bilhões. Do total liberado nesta temporada, R$ 179,1 bilhões foram em operações de crédito rural e outros R$ 20,9 bilhões foram destinados ao financiamento da cadeia de valor agro. Foram mais de 550 mil operações contratadas no período, destacando-se os financiamentos para agricultores familiares (Pronaf) e médios produtores (Pronamp), que juntos representam 58% do total. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.