28/May/2024

Os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a inflação estão se materializando em alguns itens que compõem o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe), que mede o nível de preço na cidade de São Paulo. Observa-se pressões recentes no arroz, batata e, principalmente leite. A medição “na ponta” do arroz, registrou variação de alta de 2,90% nos últimos sete dias, ante 0,23% na leitura anterior.

A batata passou de 17,28% para 29,37%, enquanto o leite acelerou de 7,94% para 11,76%. O impacto no leite parece ser o mais importante até agora. Deve afetar os derivados daqui para frente também. Porém, até o momento, essa pressão tem sido bastante localizada e restrita a alguns itens e, por isso, o impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul para a inflação como um todo ainda é bem moderado. A expectativa é de desaceleração do IPC-Fipe a 0,07% no encerramento de maio, após alta de 0,33% em abril.

É um nível de inflação já esperado para acontecer nessa época do ano, em linha com a sazonalidade. Porém, esse cenário de efeitos moderados na inflação não necessariamente irá se repetir em outros índices de inflação do País, como o IPCA do IBGE, já que o IPC da Fipe mede a inflação apenas na cidade de São Paulo. Os itens in natura, por exemplo, são produzidos na região, então não há esse impacto tão grande. A questão que fica para o Rio Grande do Sul é a dificuldade de fazer a própria coleta de preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.