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29/May/2024

Brasil atrasado na aplicação da Inteligência Artificial

Não é uma panaceia e nenhum evento disruptivo que vai gerar um grande caos no curto prazo. Mas, quando se fala em inteligência artificial (IA), o Brasil está atrasado em várias etapas. A questão foi discutida no evento Dia da Indústria 2024, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Para a 39A Ventures, nos próximos cinco ou dez anos, na prática, o grande trabalho da IA vai ser de fato ajudar a resolver problemas, por causa da quantidade absurda de dados que ela consegue processar. Nesse intervalo de tempo, o grande ‘x’ da questão será ganhar eficiência. O Brasil precisa estar atento para essa tecnologia que vai mudar o mundo. As ferramentas acessíveis ajudam a entender o que é a inteligência artificial. Desenvolver capacidades, em qualquer nível empresarial, é algo importante, e até bastante acessível hoje, afirma a Pupila Brand Studio.

Respostas melhores por parte das ferramentas vão depender também da qualidade das perguntas. É preciso aprender a fazer as perguntas, mas, ao contrário do passado, não precisa saber de programação. Os exemplos não deixam dúvidas de que IA já está no dia a dia de setores industriais e de serviços, apesar das grandes lacunas que ainda existem. Seja por meio de ferramentas que leem de forma automática processos jurídicos e já digerem o que eles contêm, ou até por outras soluções que a partir de imagens ajudam as pessoas que estão fazendo regime a saber quantas calorias determinado prato tem (apenas mostrando a imagem dele). Raciocínios semelhantes podem ser feitos para saber se determinada linha de produção está fazendo soldas com qualidade ou não. Segundo o Senai-SP, dados e saber fazer as perguntas certas estão na base da IA. Eles são essenciais para evitar as alucinações (respostas erradas dadas pela IA).

A IA é importante porque é o que os países estão escolhendo para ganhar produtividade. No chão de fábrica, já existem várias ferramentas acopladas a técnicas de IA que podem ser usadas. Como uma garra que usa menos energia, por ser mais leve, em determinados setores industriais. Ou braços robóticos que recebem ordens verbais do operador e executam a missão. Com experiências por vários países sobre tecnologia e inovação, o pesquisador brasileiro Ronaldo Lemos situou a posição da indústria brasileira no campo da inteligência artificial. E o quadro não é positivo. Hoje, já existe, por exemplo, até uma garrafa que se liga à internet para dizer se o líquido esfriou ou esquentou, e junta, de fato, uma série de processos. A ressalva é de que o produto, ao custo real de quase US$ 40,00 em vez de US$ 1,00 ou US$ 2,00 é “bem inútil”, mas tem um valor elevado devido ao custo agregado que apresenta. A indústria precisa ficar atenta.

Qualquer produto hoje envolve dados, software, manufatura, serviços e, agora, inteligência artificial. O pesquisador também citou outro produto inovador, que mostra por que a convergência de vários processos é importante. É o caso de uma escova de cabelo que tem uma câmera embutida. O produto gera uma planilha que detalha o ganho ou a perda de fios capilares do usuário ao longo do tempo. Se a indústria brasileira está ainda buscando uma certa convergência, e esse é o quadro que mostra o atraso nacional, a China é talvez hoje um dos países mais desenvolvidos quando o tema é tecnologia. O país asiático, que era rural há 50 anos, virou a chave na passagem de século. Hoje, o plano 2030 chinês para a tecnologia tem quatro pilares principais: inteligência artificial, computação em nuvem, internet das coisas e big data. Além, claro, do investimento em capital humano.

No entanto, em pelo menos quatro áreas, o Brasil, se quiser, pode ser líder em termos mundiais. Na própria indústria, no agro, na educação e no governo. O Brasil poderia escolher uma trilha positiva. E, por exemplo, usar a IA para melhorar a educação. Enquanto o Brasil ainda busca ganhar terreno, no exterior, a engenharia generativa é o que de mais moderno está sendo debatido. Entender como as moléculas de proteínas podem se comportar em diferentes situações, por exemplo, promete revolucionar os setores da fabricação de medicamentos. Mas existe o outro lado da moeda, como as questões éticas. A manipulação de imagens e de textos podem incrementar em grande escala o espalhamento de deep fakes pelo mundo afora. Outro debate que está sobre a mesa diz respeito aos empregos que serão extintos pela IA, ainda mais em países em que a educação e a formação em geral são defasadas, como no Brasil, alerta o Senai. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.